2008/02/23


Tentando ser legal na blogosfera brasileira

Desde o Campus Party, quando tomei contanto com todo o mundo da chamada “web 2.0” e a nouvelle vague da criação de blogs, comecei a sofrer de novo aquela sensação louca de querer ser famoso que acomete quem abre um blog novo, ou coisas do tipo (coisas como nascer). Por isso que tou finalmente buscando conhecer todos esses diggs e technoratis da vida.

Só agora também que comecei a conhecer os blogs brasileiros mais famosos do momento, tipo o interney.com.br e o meiobit.com.br... Fico aqui morrendo do inveja dos altos números de authority e comentários e acessos. Me sinto praticamente de volta à escola, e a diferença é que nesse mundo os populares também são “nerds”!! Acabou a associação nerd-micreiro e ser um looser desconhecido... E isso é difícil de lidar. Na escola era mais fácil pensar: "eu gosto de computadores e de ficção científica, e por isso não sou popular". Agora acabou isso cara...

Enfim, vou lendo e lendo “o que está pegando”, qual é o “buzz”, o plá. Pois afinal, quem nunca causou o buzz, quando causa se lambuzza.

E acaba que tou chegando à conclusão de coisas que todo mundo que já pensou nesses assuntos (“ficar famoso”) já sabe... Por exemplo, é difícil ficar famoso ou “causar o buzz” (como pronuncia isso mesmo? É “buts”? Igual pizza?) sendo só legal, elogiando todo mundo e concordando e sendo gentil... Tem diversas técnicas de atrair atenção, e nem todas envolvem ser uma pessoa joinha. Olha só os jornalistas e comentaristas brasileiros (e mundiais) sobre quem todo mundo tem, e é praticamente forçado a ter uma opinião sobre eles. Por exemplo, a trinca que se alternou na cadeirinha de “agitador” do Manhattan Connection: Paulo Francis, Arnaldo Jabor e Diogo Mainardi... O principal ingrediente do sucesso deles é sem dúvida terem falado mal de algumas pessoas lá de vez em quando, criando polêmica... (não digo que eles se resumam a isso)

Não é à toa que as famosas crianças que “querem só chamar a atenção” saem batendo e xingando, né? É porque é assim que as pessoas funcionam, só dão atenção pra gente chata. É um caminho em que eu quase andei no meu post ali sobre a
censura hacker no campus party
, citando artigos de outras pessoas, e meio que criticando porque não falariam o que eu queria ler. O Manoel Netto do t3cnocracia (que “foi citado!” :) ) até deu as caras aqui depois. Mas minha intenção não era criticar ninguém!... Eu só queria dizer que não encontrei ninguém que falasse exatamente o que eu queria, e não que estas pessoas deviam ter escrito como eu queria... Mão sei se fui claro ao dizer isso.



Aliás, ser claro ao dizer algo é tido por muitos como uma necessidade ao redigir um blog, ou qualquer outra coisa “publicada”. Outra necessidade, que me cobram às vezes, é escrever coisas mais curtas e simples. Fazer textos fáceis de ler e compreender (e de abuzzar e monetizzar).

Ora. Será que não tem um pensamento um pouquinho simplificado nisso não? Vejam bem: claro que eu concordo que um texto jornalístico, ou outros tipos, devem ser curtos, simples, prazerosos e informativos. Infotainment na veia. Mas porque haveria de ser tudo assim?

E poesia é lá sempre pra ser fácil de entender? (Talvez no tempo dos sapos acadistas.) Romances acaso são sempre leituras de interpretação instantânea, e que falam apenas de questões agradáveis de que sempre gostamos de nos lembrar? Eu gosto de Достое́вский!! (Dostoiévski) Eu quero criar um blog dostoievsquiano!...

Os blogs (e outras ferramentas) tão aqui pra gente publicar o que quiser. Pode ser infotainment, podem ser informações úteis, dicas novas que te ajudam, ou não: comentários inúteis e manjados... Podem ser comentários profundos com insights antológicos, ou simplesmente posts comentando notícias manjadas do tipo “olha que legal isso que eu vi num post dum cara que viu num post dum cara que viu num jornal... ahauhauhahuauhua doido de mais manow, lê aew.”

Tem gente ainda que escreve diários, outras ainda produzem verborragias incontroladas, piores do que em diários, criando textos que nem elas mesmas pretendem ler novamente algum dia. Estes casos são interessantes, porque palavras escritas são sempre vistas como um convite à leitura, dão sempre a ilusão de que são mensagens que algum autor quer transmitir. Alguns leitores às vezes até se sentem ofendidos quando percebem tarde demais que se trata de um texto deste tipo, e se vê aprisionado numa armadilha textual!

Aí vem a mágica da dinâmica de populações. Se vc não gosta do conteúdo de alguém, vai evitar de ler, se gosta, vai voltar, vai dar digg, e sei lá o que... As pessoas deviam ter um pouco mais de consciência de como isso funciona, ser um pouco mais assertivas: ao invés de falar que você “não deve escrever de forma críptica e hermética”, só falar o que preferem ler: “você devia escrever mais infotainment!...”

Não temos nada que impedir que textos ruins ou desinteressantes sejam sequer criados. Existe espaço por aí pra todo mundo existir, e o Darwinismo editorial, separando os blogs mais aptos só vem depois!...



Um problema terrível em tentar ficar famoso, se vc não quiser, por exemplo, só ficar falando mal de pessoas, é tentar descobrir então o que a maioria das pessoas estaria interessada em ler... Tem pessoas que são talentos naturais, escrevem com naturalidade o que todos querem ler. Outros decidem que vão chegar lá de qualquer forma, e se esforçam pra conseguir produzir peças populares, se policiando para utilizar práticas indicadas e dicas e macetes de escrita.

Outros são perdedores convictos!... Pode até ser que sofram com a carência de afeto, mas “não querem se vender”. Eventualmente podem vir a querer mudar a própria audiência.

De repente é essa a minha onda. Porque eu não tenho uma certa visão do tipo de coisa que eu gosto de escrever e de ler, e vivo inconformado por seguir uma linha “impopular”...

Eu gosto de charadas, desafios, coisas intrigantes para estudar. Livros de matemática com problemas pra resolver. Bulas de remédio com palavras que nunca li na vida escritas com a maior naturalidade. Gosto de ler coisas escritas em línguas que desconheço completamente.

E gostando disso, eu tento contribuir. Eu gostaria que cada parágrafo que eu escrevesse na minha vida fosse uma pequena pedra de Roseta para os Champollions e Youngs do futuro!

É um desafio duplo, eu preciso ao mesmo tempo mudar minha escrita pra mais pessoas me ouvirem, e tentar convencer as pessoas de que elas precisam dar uma chance a ler coisas menos mastigadas!...

Não quero dizer que há um certo ou errado, mas apenas fazer esse pedido: dêem uma chance a pessoas que não escrevem estritamente coisas prazerosas de se ler!... Isso é uma postura muito hedonista, querer ler só coisas com forma e conteúdo agradáveis. O ruim também pode ter lugar nas nossas vidas, o obscuro o desagradável, o incômodo. Mas entenda que não estou falando do texto ruim, do texto mal-feito, estou falando de temáticas e formas de discurso diferentes do que se espera ouvir e ler se divertindo. As pessoas não se cansam de só se divertir???...



Quando as pessoas só pensam em escrever fácil e ler fácil, às vezes se prendem um pouco em apenas repetir o que já se ouviu por aí... Ou pior, o que já se ouviu nos Estados Unidos!... Quer dizer, não digo que é ruim ou bom, mas é só algo que deve ser sabido.

Acho que o motivo porque eu vou sempre sofrer, e nunca ter muita autoridade technorática, ou embarcar no ônibuzz da blogosfera, é que tenho umas teorias meio próprias e estranhas sobre alguns assuntos populares sobre os quais existem certas opiniões convencionais mais aceitas... Por exemplo, a questão da popularidade do Linux e de outros softwares livres.

Eu não entendo porque esses assuntos não andam!!... Pessoas sempre se preocupando em tentar entender porque os outros usam ou não usam Linux. 50 anos atrás era a mesma coisa com a calça jeans, bikini... Comunismo!... Sempre que aparece uma nova onda, o que o papa chama de “entregar-se a ideologias”, algumas pessoas que gostam daquilo sentem um pouco de vontade de querer obrigar todo mundo do mundo a gostar também, ou ao menos conhecer, ou só aceitar.

Até aí tudo bem, mas algumas destas pessoas sentem que elas realmente possuem o poder de mudar as coisas sozinhas, bastando querer fazer, e trabalhar o suficiente para isso. Sentem que elas realmente podem fazer TUDO. Ou sentem que os programadores do Linux e do GIMP podem fazer o qu eé preciso, e imputam responsabilidade apenas a eles em revolucionar o mundo. Mas não dá, pô! O último passo de tudo isso sempre vai ter que ser dado pelas pessoas sendo convencidas!... Uma hora os empolgados defensores das “ideologias” tem que saber que fizeram o possível, e aprender a ter paciência, e esperar o resto da população se convencer...



O prezado blogueiro (será que um dia vai ter “Rua Blogueiro Fulano”, igual tão fazendo hoje com jornalista já?) Alexandre Inagaki anda escrevendo sobre blogs, dizendo que “blog é liberdade”. Tem sua verdade, mas podemos ver isso tudo de vários lados... Como discuti acima, existem muitas restrições se vc quiser escrever algo que vai ser muito lido, e se você não for um talento natural que queria já de início escrever algo que ia atender a essas restrições. Agradar leitores é um problema milenar, que não vai mudar radicalmente com a chegada dos computadores e da Internet. Liberdade pra valer é escrever pra você mesmo!!... E muitas vezes isso nem é legal :) . E já dizia Christopher “Supetramp” Mccandless no recente filme Into the Wild (Na Natureza Selvagem)

A felicidade só é real se for comparilhada.

Agora uma outra face ainda da liberdade e dos blogs... Tem muito blog por aí em que as pessoas ficam falando sobre como tais e tais pessoas deviam agir assim ou assado. São discursos de pessoas querendo tirar a liberdade das outras!... Talvez a facilidade de publicação em larga escala possa iludir alguns, fazendo-os achar que é fácil mudar o mundo simplesmente falando o que todos deviam ou não fazer...

Eu só queria complementar: Blog é liberdade sim, da mesma forma como tudo envolvendo computadores... Eu sempre digo, “em informática pode tudo.”. Mas acima dos blogs tem as pessoas lendo e escrevendo eles, e em geral elas são umas chatas!! :)

2008/02/22


Lista de candidatos a serem o digg brasileiro

São tantos clones fracassados do Digg surgindo por aí tentando ser o digg brasileiro, o genérico nacional do novo conceito revolucionário. São tantos que comecei a ficar meio confuso. Estou tentando fazer uma lista pra colocar a cabeça em ordem. Por favor, se você conhece mais algum site do Brasil tipo o digg, com esse lance de votação, e de agregar e publicar notícias de blog, me avise que eu coloco nessa lista.

(( INTERLÚDIO: Programadores dos sites: não se ofendam, não estou dizendo que seu programa ou site é fracassado. Tenho certeza de que todos funcionam muito bem, especialmente os mais complexos e profissionais aí cheios de bancos de dados sofisticados e javascripts dinâmicos cheios de funcionalidades et cætera. Também acho que todos tem o design e tudo mais muuuito bacanas. São fracassados só no meu coração. Nenhum conquistou meu amor. É só uma coisa pessoal minha aqui, pra mim... E digo mais, na verdade eu morro de inveja de vocês que estão montando esses sites, porque eu queria fazer um também!!!... E duvido que não fosse igualmente fracassar comigo mesmo. ))

Então lá vai: Na ordem do que eu odeio mais pro que eu odeio menos:


  1. rec6 (ou seria via6? Ainda não entendi nada desse povo, por isso não sei qual link devo colocar. Vai ficar sem link.)

  2. EuCurti

  3. Linkk

  4. diga.vc (pligg)

  5. digago (pligg)

  6. Dihitt


Decepções tecnológicas com o Rec6

[ATUALIZAÇÃO: No final das contas, funcionou. Mas a página não deixa de ser pesada e baranga...]
[ATUALIZAÇÃO: Acrescentei mais malhações!]

Primeira decepção: O botãozinho deles é horroroso, nada que se comapre ao do digg, um clássico do design. E não tem botão (que mostra voto) estreitinho igual esse que botei no meu blog...

Segunda: as imagens dos botões deles são em GIF! Pelo amor de deus!! Eu me pergunto, porque é que pro digg, pro delicious, pro technorati, pra todos esses o PNG foi bom o suficiente, mas pro rec6 não, pra eles foi um requisito usar gif ao invés de png? Porque é que “aqui no Brasil...” até hoje é difícil usar png? (eu tenho uma teoria)

Terceira: ao invés de documentar direito um código numa página pra vc ver lá qual é o URL e intergrar na sua página (como é no digg, por exemplo), eles oferecem um formzinho que vc preenche com “o nome da notícia” e “o endereço”, e ele gera o código dinamicamente!!... SANTA MÃE... Aí te obriga a “gerar o código” com uma palavra de teste esperta e ir lá e substituir... É porque é no Brasil né, brasileiro é burro, tem qeu botar essa porcaria baranguinha aí, não podia ser simplesmente escrever o código (como acontece nas outras ferramentas todas aí).

Quarta: Depois de muita engenharia reversa, e tempo que eu achava que estava sendo “aplicado”, e não “perdido”, finalmente terminei de criar um link pro Rec6 no meu blog. Fiquei tão feliz que criei o post anterior. Mas aí.. Não funcionou, simplemente não rolou. Cliquei querendo adicionar um posto de que seu super orgulhoso, e tals, e me dei mal. É a história de sempre, anda anda e de repente para... [[ Mas... Depois funcionou. Só não foi de primeira nem de segunda nem de terceira, lá pela quarta funcionou. Mas ainda assim, achei meio pesadão. :P ]]



Quinta: Os caras tipo ARRUINARAM o conceito do digg, da seguinte forma: o site deles é um mega-portal que parece ser super cheio das chinfras e super cheio de serviços, ao invés de fazer simplesmente uma única coisa direito. O que acontece é que tem o tal "rec6" e o tal "via6", e são coisas SEPARADAS. Se vc comentar uma notícia que vc viu no "rec6", vc cai numa página do "via6" onde NÃO APARECE MAIS A VOTAÇÃO!... Eles conseguiram desmembrar, a votação dum lado e os comentários do outro!!! Eu preciso muito me segurar pra não dizer algo como “Que idéia mais ıµ’€©ıŁ!!!” Me desculpem mesmo, caras do via6 rec6 sei lá como chama isso, mas eu achei muito errado. Quem foi que aconselhou vocês na área de marketing assim?... Nenhum marqueteiro são deixaria vocês criarem um trem que tem x nomes que vc não sabe qual é o certo. O "digg", por exemplo, é "o digg". E pronto. Clássico do design. Não adianta falar “vamos fazer ainda mais coisas que o digg”. Não dá cara, ouçam as máximas da engenharia:


  • Tem que ser simples
  • Tem que ser robusto
  • Tem que ser perfeito


... E ainda por cima não dá pra ver quem votou nas notícias. (ou pelo menos eu, que sou meio pancada mesmo, não descobri como faz)

É pra ser um clone genérico o digg ou não? Cara, se uma coisa é muito boa, se é “ótima”, não dá pra fazer nada diferente, porque vai necessariamente ficar pior!... Ao invés de inventarem como vai ser o site, simplesmente entrem no digg, usem, e COPIEM, façam um site IDÊNTICO, por favor...

Mas façam o que quiserem. Eu não gostei. Podem falar que eu que sou o pateta que não estou enxergando o futuro.



Sexto: Agora já li mais sobre o assunto, já vi que tem milhares de pessoas falando por aí, querendo determinar o que é certo ou errado, discutindo se pode fazer “auto-promoção”, ou se é pra ser igual ao digg ou não (pessoas falando que é pra ser melhor, igual eu tinha previsto...) e sei lá mais o que. Não tou nem azul. Tou fora dessa.

Eu vou arrancar fora o rec6 do meu blog, e estou pensando em remover o post anterior também... Eu acho mesmo é que a gente tinha que ir todo mundo usar o próprio digg, mas a blogosfera brasileira parece que tem medo de ser alienígena.

Enfim, deixa mais um tempo, vamos ver quem vai ser o highlander que vai sobreviver desse mundo louco aí das milhares de redinhas de sei lá o que. E mais uma coisa: não considero que "blogs" seja um “tema” pra se registrar notícias. Notícias são sobre coisas. Blogs, redes sociais, wikis, todas estas formas de comunicação, são ferramentas pra serem utilizadas.

Eu entendo que o meio é a mensagem, entendo perfeitamente, sei que é disso que se trata e sou a favor. Mas isso tem que ser IMPLÍCITO, a gente tem que USAR as coisas ao invés de ficar explicando. Esses meta-debates tão enchendo minha paciência.



Odeio a Internet Brasileira. Quero tudo de bom pra eles: quero que se explodam. Porque é melhor um sistema que explode do que um que fica inerte, parado. (“eles” = todas as outras pessoas da Internet brasileira. E do mundo.)

Não quero que nenhuma das 20.000 redes sociais de pessoas ou de borgs parem de buzzar e se lambuzzar. Mas eu vou dar meu "desvoto". O mesmo poder fraco que empurra coisas legais "pra cima" nos diggdiggs, eu aplico removendo-me humildemente, até que algum desses lances me deixe minimamente satisfeito. E como diz o filósofo: “Away!...”


Colocando links de social bookmarks no seu blog

Você quer saber como colocar um link de bookmark do de algum desses sites imitadores do digg nos artigos do seu blog no blogger? Prepare-se!! Lá vem:

Pegue o código dessa página aqui:
Something About J: Add Social Bookmarks to New Blogger

Descubra depois o endereço que vc tem que usar no site do seu coisador de bookmarks blog social da vida... Aí é só botar o URL, adaptando pra escrever o título e URL do post nos lugares certos...

(...)
<a expr:href='"http://eu.com.ia//programa.php?url=" + data:post.url + "&amp;title=" + data:post.title' target='_blank'><img border='0' src='http://eu.com.ia/imagens/botao.png'/></a>
(...)


Nesse exemplo coloquei um link de imagem, mas óbvio que pode ser texto como no original. Recomendação: boicote sites que usam imagens gif.

[ ATUALIZAÇÃO! ]

O Technorati não tem esqueminha de comentar posts individuais. O máximo que vc pode fazer lá é dizer que algum blog é preferido seu. Quer dizer, vc pode falar que algum post individual seria um “URL preferido seu”, mas não sei bem se é o que os caras lá esperam que vc faça.

O link correto pro technorati, pra incluir o blog como favorito, e que estou usando hoje, é:

<a expr:href='"http://technorati.com/faves?add=" + data:blog.homepageUrl' target='_blank'&gt;Technorati</a> |


Resultado abaixo...


Podridão no portão

Eu ando falando muito sobre como que os roteadores de nossa Internet são podres, mas falando só desses nossos, domésticos. Fiquei sabendo agora desse babado forte de 2005, em que um cara tentou avisar sobre uma falha em roteadores (parrudos) da CISCO, e esta ameaçou processar o sujeito por danos à chamada “propriedade intelectual” deles. Rolou um FBI na jogada.
Whistle-Blower Faces FBI Probe

É isso aí, vamos cozer com os hackers e engenheiros, e deixar a CISCO manter a mamata, e extorquir o rico dinheirinho da população alienada... Pra resolver o problema só precisa a polícia bater em quem mijar fora da privada. É mais fácil do que construir um produto que realmente funciona.

Três anos depois que a Time elegeu os "whistle-blowers" as pessoas do ano. Se pelo menos isso tivesse acontecido em 2002...

(OBS: pra quem não sabe, “portão” = gateway = um roteador básico)


Impropriedade intelectual propagandista

Este aqui é um belo artigo por rms sobre algo que eu já pensava a algum tempo, mas agora vejo que ele tirou a limpo e foi a fundo. Isso de falar em “propriedade intelectual” é uma coisa inventada recentemente com o objetivo propagandístico e sofista de induzir as pessoas a pensarem em entidades abstratas da mesmíssima forma com que pensam em bens materiais. Este termo precisa ser banido de nosso vocabulário.

Did You Say “Intellectual Property”? It's a Seductive Mirage - GNU Project - Free Software Foundation (FSF)


Sobre a censura hacker no Campus Party

Este será mais um texto sobre a cultura cyberpunk, ou ainda o que eu às vezes chamo de “revolução cyberpunk”. Por cyberpunk eu quero me referir a uma mistura de duas coisas:


  1. A cultura punk, que entre outras coisas prega o DIY (do it yourself, faça você mesmo) para sobreviver nas cidades selvagens.
  2. A cibernética de Norbert Wiener, coisa mais importante que aconteceu na ciência do século XX, associada à eletrônica lógica desbravada por Claude Shannon et alii. (Poisé, você talvez ache que foi Einstein a coisa mais importante da ciência século XX... Ele foi até o ‘homem do século’ da revista Time! Pretendo escrever sobre isso num futuro próximo...)


Mas este texto não é de cunho teórico e geral, não, vamos analisar um acontecimento específico, um causo verídico, ocorrido de fato na realidade verdadeira, que se sucedeu com um amigo de um amigo meu lá no Campus Party Brasil 2008.

Meio mundo já deve ter ouvido falar: De repente, uns campuseiros que estavam felizes navegando na Internet foram surpreendidos por não conseguirem abrir o Google, recebendo uma mensagem dizendo que aquela página havia sido bloqueada pela direção do Campus Party, por ser “inadequada”. Mas na verdade tratava-se de um engôdo Lokiano, um vento soprado pelo redemoinho de um saci digital... Foi um jovem campista do Campus Party, um hacker, que causou isto de alguma forma. Depois de um tempo de tumulto, a administração e os campuseiros-blogueiros atingidos localizaram a máquina e “resolveram o problema”.

O lance todo causou a maior comoção, principalmente porque já estava rolando uma briga sobre as verdadeiras censuras que a administração tava fazendo. Mas mais comoção ainda foi causada quando se descobriu ser tudo obra de um pirata de dados que estaria “atacando” as pessoas ligadas na rede. Lá no post do t3cnocracia sobre o assunto podemos ler zedenas de opiniões sobre todos aspectos da questão, inclusive algumas boas mensagens do próprio perpretador do ato controverso, Vinícius K-Y, digo, Vinícius K-Max.

A primeira coisa que queria dizer sobre isso tudo é que estou fulo por causa da superficialidade técnica com que este “ataque” foi coberto. O tecnocracia, por exemplo, disse que o notebook estava “interceptando” a transmissão, “redirecionando” o tráfego para si mesmo, e ainda que a máquina estava atuando como um “sniffer”. Já o elogiado IDG now soltou o seguinte par de pérolas do dadaísmo informático desinformativo:

Considera-se a hipótese de alguém da bancada ter usado um software que mandou ao hub da mesa um arquivo de texto reproduzido toda a vez que o usuário tentasse entrar nos serviços citados.

[K-Max] reconfigurou o roteador da mesa pra redirecionar sites pra sua máquina e falsificar o conteúdo das páginas.


Quem dera fosse eu um caçador de mariposas pra colecionar todos esses bugs nesse texto!... Não só de escrita como conceituais.

Não quero cobrar nem da “grande mídia” nem da “pequena” que me dêem detalhes técnicos precisos de tudo o que ocorre, mas eu espero que alguém que use termos como “sniffer” e “redirecionamento” me fale com um pouco mais de profundidade as coisas!... Ou pelo menos use estes termos sabendo precisamente o que eles significam. Saibam em que nível de tecnicalidade vocês estão falando. O que eu vejo por aí são as pessoas jogando termos técnicos obscuros numa grande sopa, criando o que elas acham que se parece com um discurso científico, e ficam satisfeitas. Parece criança tentando imitar conversa de adulto, sem saber o que está falando.

A dica é: se não sabe do que se trata, não fala nada não...



O que diabos aconteceu afinal? O cara ligou um servidor de DHCP, e virou o gateway das máquinas na quela LAN? Ou ele atuou só como servidor de DNS delas? Ou a máquina dele só tava rodando mesmo um servidor de HTTP? Ou a máquina não tava rodando absolutamente nada, e era mesmo só um inocente sniffer??

Ou será que foi de fato algum tipo de hackeagem de alta-ordem, digna do termo? Por exemplo, será que rolou alguma forma incomum de spoofing??? Ou ele realmente fez algum tipo de sniffing, achou alguma porta aberta na máquina de todo mundo, ou num servidor do Campus Party, e aí depois realizou algum exploit nas máquinas Rwinndous? (ele deve conhecer bem Ruimdols, pois tem uma linda licença dele colada em baixo do notebook!... L4MM3R!!!! :D )

São muitas possibilidades, queria mais detalhes. Será que o digníssimo hacker campuseiro poderia se manifestar em nosso humilde blog a este respeito? Ou um mágico não revela seus segredos?... (Ele quer expôr as falhas lá da rede ou não?)

O motivo porque eu queria saber é que pedi pra um amigo de um amigo meu rodar um iptraf basiquinho lá na rede (o quêêê?? Mais um sniffer??? Chamem a polícia de dados! Disquem ‘451’!) e não deu pra ver nada. Ou seja, tava tudo ligado em switchs... Esse amigo do amigo não teve tempo de avaliar muito bem como deveria ser a estrutura da rede, e eu tou tão interessado em saber como era do que em saber o que houve nesse caso. Não encontrei nenhum bom documento sobre o assunto em lugar nenhum, só aquele post que mencionei noutro lugar que fala da conexão de fibra ótica, mas não diz nada sobr a estrutura interna da rede.

A Raquel Camargo fez uma entrevista com o infame campuseiro-hacker-tornado-celebridade. Ela até pergunta bem diretamente "o que você fez?" Mas ele só fala sobre como não pegou senha de ninguém, e como pediu desculpas pela brincadeira. A única pista que rolou foi que ele disse algo a respeito de mexer na configuração do roteador. Outras pessoas ainda me falaram que tinha algo a ver com “configurar um filtro no roteador”, mas isso eu duvido, porque o que eu entendo por “filtro” num roteador nada mais é do que impedir determinadas comunicações, simplesmente descartando pacotes de acordo com os endereços dele.

E eu não acho que foi brincadeira não!... Aliás, o que o Vinícius fez talvez possa ter sido sim. Mas não é brincadeira montar uma rede para 3000 pessoas com buracos de segurança.

Se realmente o ocorrido tem algo a ver com configuração do roteador, só consigo imaginar o seguinte: Os roteadores tavam funcionando no esquema de "DNS proxy". Cada máquina ali estava usando o roteador como servidor de DNS, e o roteador por sua vez retransmitia pros dois lados todas as mensagens de DNS, contactando o servidor de DNS real que fica do lado de fora da rede.

Pode ser que ele tenha mudado o endereço do DNS na configuração do proxy do roteador pra apontar pra máquina dele (poderia ser até alguma outra dele fora da rede), e assim pôde falsificar as requisições dos endereços de sites específicos como Google e Flickr, mandando as máquinas contactarem novamente o IP da máquina dele (ou outra fora!). Aí só falta rodar um Apache lá e colocar aquela página feinha e feita nas coxa.

Só restaria portanto uma questão: como diabos ele mexeu na configuração do roteador? Ora, ou ele fez uma hackeagem absurdamente foda (algum exploit muito louco), ou então foi alguma coisa mais clássica, como haver algum buraco em alguma configuração de segurança do roteador permitindo a configuração do endereço de DNS através da rede... Ou ainda o mais clássico de todos: podem ter deixado no roteador a senha default de administrador, da fábrica, ou ainda alguma senha fajuta como "campusparty" ou talvez "cparty2008", "bienal2008", "telefonica", "admin", "casemod", "blogueiros", "marymoon", "donniedarko"...

Aí a gente entra numa questão muito similar a algo que andei discutindo em um post anterior. As pessoas quando vêem uma situação destas só pensam em dar porrada na pessoas parecidas com elas, ali do lado. Ninguém pensa que é a porcaria do roteador que não funciona direito, ou que o administrador VIP engravatado ou encrachazado da empresa multinacional não fez o trabalho direito. E isso é muito não-punk... O jeito punk, cyberpunk de ser é questionar as autoridades!... Especialmente se for com toda a razão.

Não era pra ser possível um “ataque” tão simples. Não era pra esses roteadores serem tão ruins e fáceis de estragar. E o “ataque” é entre aspas porque, me desculpem, isso não é exatamente um “ataque”... Aliás, se ele tivesse tentado imitar algum site de banco, por exemplo, teria que forjar o certificado digital, o que é um bom motivo pra vc sempre conferir aquelas janelinha...

Agora, o cara deve ser mesmo um exímio hacker, porque existe uma página na Internet para a qual ele conseguiu bloquear o acesso de todos usuários do planeta Terra e além, e ainda “redirecionar” as máquinas!! É, é um endereço que “redireciona”, faz sua máquina “interceptar o tráfego”, e manda uma cópia de um arquivo com um conteúdo falso no lugar. Acontece que se vc tentar entrar na página pessoal dele, viniciuskmax.com, vai ter uma surpresa bizarra: esse domínio está atribuído ao endereço de IP 127.0.0.1 (o local)!... O que diabos aconteceu com ele pra rolar uma coisa estranha dessas? (Sim eu tava aqui crente que por coincidência ele tinha deixado um apache mal-configurado e recém-instalado no servidor dele, igualzinho é aqui na minha máquina!)



Mas sabem porque mesmo que quero saber em detalhes tudo? Acontece que eu sou um hacker tão poderoso, mas tão poderoso, minha máquina é tão mas tão violenta e cheia dos truques, que eu já fiz um “ataque” parecido com esse dele aí, e SEM NEM SABER!!! É uma das ocasiões em que causei problemas, que mencionei no outro post.

É a primeira possibilidade que perguntei se poderia ter sido o caso. Acontece que estava com minha máquina numa rede fajuta que eu detesto, e fazia algum tempo que eu havia habilitado nela uma servidor de DHCP... É porque fica muito mais prático de ligar outras máquinas na minha placa wire-with, e transferir algum arquivo. Só que eu tava deixando esse servidor de DHCP ligado direto, nem me toquei. Aí começou a rolar um problema nas máquinas perto de mim. Acontece que elas tavam entrando no MEU servidor de DHCP ao invés do da rede mesmo!... Resultado: os administradores nervosões (e não muito knowledgeables) da rede ficaram me tratando com criminoso, bloquearam minha máquina, e eu me dei mal. Foi a partir daí que fui obrigado a ir procurar wi-fi por BH, e tive a experiência agradável no Café com Letras que andei falando em vários posts aí pra trás.

Tipo, foi sem querer!!... Eu nem conhecia a possibilidade de dar um golpe rodando um outro servidor DHCP numa LAN, ou imaginava que seria tão fácil. E o resultado? Arranquei correndo meu servidor de DHCP lá, mas continuei fora da rede, porque a pessoa que podia desbloquear tava de férias. Fiquem sem poder trabalhar direito. E ainda por cima, dias depois quando precisei do servidor pra ligar a máquina da minha namorada, e copiar uns filmes e tirar onda de gostosão, não tava rolando e passei papel de otário.

E tem mais, eu já tinha entrado com minha máquina em outras redes, e nunca tinha dado problema... Eu sei que eu tava fazendo algo super não-convencional, e não permitido pelas regrinhas daquela rede fajuta, mas porque é que tantas outras redes robustas, e essa aí não? Se tem um lema importante que aprendi na minha escola de engenharia e que é sempre bom relembrar, é: “Tem que ser robusto”.

Isso é igual quando vc tá no ônibus, e acerta sem querer a cara de alguém com o cotovelo. Sendo relativamente alto, já passei por esse constrangimento várias vezes... Mesmíssima coisa. Mas porque é que as pessoas reagem desse jeito na Internet, sempre exaltadas e super-ofendidas?... Eu acho que esse sentimento forte das pessoas que são “atacadas” por um hacker (que no nosso caso aqui atacou dando um poderoso tapinha na nuca) só se compara a, por exemplo, a ofensa que um passageiro do ônibus sem braços, amarrado e amordaçado, pode adquirir se alguém lhe acerta a tal cotovelada...



E então o que acontece é o seguinte. As pessoas estão se acostumando demais a viver nas mãos destas redes fajutas cheias de falhas. E aí a nova moral sendo imposta é: ninguém se mexe, ninguém fala nada, ninguém peida, senão a cordinha esfiapada da ponte carcomida cai e morre todo mundo... Isso é certo???

Está virando um tabu as pessoas terem programas minimamente sofisticados nas máquinas delas. Num desses blogs aí em cima o cara fala de um jeito meio negativo do sujeito ter um servidor de DNS ou mesmo de HTTP na máquina. No meu caso o tabu era ter um servidor de DHCP. Vamos chegar num dia que se o cara tiver qualquer coisa diferente dum Zuimdons paia com fundo-de-tela da terra dos teletubbies, vão tratá-lo como suspeito de ser um criminoso web-agitador terrorista de dados. Vão falar assim: “a quem interessa ter um servidor de HTTP num PC?...” Qualquer coisa que vc instala na sua máquina que faz ela agir menos como um submisso aparelho de TV passivo, e vc já é um “hacker”, ou melhor, “cracker” que está “atacando” ou outros. Sinto muito, mas quem fica perguntando “a quem interessa” o tempo todo não é ninguém menos do que o Grande Irmão contemporâneo (aquele original foi lá em 1984, mas seus iguais continuam na ativa). É a dicotomia da sociedade paternalista totalitária: ou vc é submisso, ou é um subversivo. Ou é um terrorista, ou é um aterrorizado (ou é um político).



Aproveitando o gancho, queria primeiro lembrar meu recente post em que eu defendo que tem que parar com essa conversa de “cracker” que tão tentando fazer pegar já faz alguns anos.

O título deste texto aqui é “Sobre a censura hacker”. Muitos devem ter entendido (espero) que eu estava querendo dizer que o hacker lá impôs uma censura, proibindo os blogueiros campuseiros de entrar no Google. Mas desculpe informar, eu quero falar é de como estão censurando o hacker!...

Faz anos que estão aí a Internet, e os hackers-de-internet. Todo mundo sabe do lance de desafiar as autoridades, de tentar esclarecer a população, de explorar a tecnologia, e de questionar a moral, as leis, os custumes, a cultura, o Establishment e o status quo. Até acham graça dos filmes Hackers, The Net, Die Hard 4.0, Johnny Mnemonic e Matriqueses da vida. Ai o carinha vai lá, e faz isso ao vivo e a cores pra todo mundo ver. E ao invés de acharem doido ver um hacker, ver um completo evento hacker, vivenciar a “complete hacked experience”, as pessoas ficam é FULAS!!!...

Muita gente é super-sofisticada quando vai falar de qualquer coisa na vida. De música, de relacionamentos, do trabalho, de sei lá mais o que. Mas se tiver um computador no meio, esta esfinge enigmática contemporânea, aí dançou. Baixa o Pinochet-Tranca-Rua, vira todo mundo uns moralistas retrógrados truculentos.

De repente até quem sabe não rolou um sentimento de união e amizade entre os jornaleiros e bloguistas quando o debate foi interrompido pra tratar do assunto?... Talvez a solução pra resolver o cisma da década, blogueiros versus jornalistas, é usar a estratégia de achar um inimigo em comum pra criar uma união, ficando então jornalistas e blogueiros versus hackers! (ou versus hacker, um só crucificado de exemplo já tá bom, gera bastante de movimento na blogosfera.) ((Mais sobre o famoso debate improdutivo em outro post meu.))



Eu só acho é que parece que as pessoas precisam ouvir mais aquela velha recomendação: “Informe-se e lute”. Seja contra quem for... Eu não tou exatamente preocupado em quem é contra quem não. Eu só acho que o nível das conversas que ando ouvindo por aí, tanto nas pregações contra hackers quanto os chamados “crackers”, nas contra blogueiros ou jornalistas ou políticos ou administradores de rede, todas essas conversas tão num nível ainda muito abaixo do que eu gostaria de ver e ouvir.

Euzinho, posso até não saber muito e transmitir menos ainda. Mas consigo sentir quando o nível tá baixo.... A ordem do dia é: “elevar o nível do debate nacional”.

E não podemos ficar sem citar umas letras do Sepultura:
Choice control
Behind propaganda
Poor information
To manage your anger

E já que falamos muito de censura:
You censor what we breathe
Prejudice with no belief
Senseless violence all around
Who is it, that keeps us down
(...)
We're not slaves, we're free

Pelo menos é o que pensamos nós, que não somos como outros.



Terminamos com uma piadinha pra relaxar:
P: Porque o Exú Tranca-rua é a melhor proteção contra os sniffers e hackers?
R: Porque ele “tranca todas as portas”!...

2008/02/21


Trucando a Internet Sueca agora

É na suécia que rola o tal DreamHack, que todos interessados no Campus Party já leram na wikipédia que é a maior evento do tipo no mundo (e ainda tem competição de demos!!!... :_) )

Curioso sobre o lance da velocidade da Internet, tentei procurar saber a velocidade que rolou por lá. E não é que lá tb rolou toda uma campanha (procure por “gigabit”) em torno de uma conexão de fibra ótica (provida pela Telia)? Por um lado, eles também anunciaram sem explicar o porque desse número mágico (40Gb/s é o limite de uma única fibra). Mas ao contrário daqui, lá no mundo da precisão saxônica eles anunciaram a velocidade em bits por segundo (e não bytes), e ainda evitaram de usar só ‘b’ ou ‘B’, enquanto que a Telefónica escreveu ‘b’ querendo dizer ‘B’. (O argumento da pessoa dentro da Telefónica aqui no Brasil que fez a campanha quase com certeza deve ter sido algo como “Não bota certo não porque aqui no Brasil as pessoas são burras, não vão saber.” e ainda provavelmente “40 é um número complicado, 5 é mais simples.”)





Além da conexão, a CISCO tb entrou dizendo que tinha colocado lá um roteador violento, parrudo, capaz de agüentar até 90 e tantos terabits por segundo. Haja bit!...

Mas resta a pergunta... Aqui a gente parece ter usado só 1% da banda. Em todos lugares que vi, a velocidade máxima atingida foi sempre em torno de 400Mb/s. Será que lá foi isso tb? Mandei um e-mail pro endereço lá de “contato de imprensa”, vamos ver...


Será que na Suécia tb rolou “ataque hacker” (veja post num futuro bem próximo) contra bancada de blogueiros, e ainda debates super profundos de blogueiros versus jornalistas?... E porque que lá eles tem discurso da Ministra gatinha (eu pegava) da infraestrutura e TI, e aqui a gente tem que agüentar o Gilberto Gil e o rebolado das mulatas dos unidos de deus-me-ajude?... :(


Resenhando palavras intrusas pt. I

Estou aqui resehando algumas palavras estranhas que aparecem do nada no vocabulário dos seus amigos, e as pessoas começam a falar direto, mas às vezes dando um significado um pouco diferente do que elas realmente tem (ou tinham). Por exemplo:

resenha | s. f.

resenha


de resenhar

s. f.,
acto ou efeito de resenhar;
notícia que compreende certo número de nomes ou factos similares;
descrição, relação circunstanciada de diversos objectos;
contagem;
enumeração por partes.


(Fonte priberam. Participe você também da campanha "Queremos o Houaiss livre na net!"...)

2008/02/20


Flagrante da gramática grave da paulistana

Acabei de ouvir uma paulista ali falando assim: “blablablablablablablbla... meu, isso é muito gravíssimo!...”

Enquanto eu já começava a esboçar um sorriso, ela falou mais baixo com seu interlocutor: “se bem que muito gravísssimo tá errado né... e tals”

Tipo, não sei do que eu acho mais graça: se da construção frasal inusitada que ela originou, ou se é dessa preocupação dos paulistas em ficar falando as coisa tudo certo. Eles morrem de medo de falar “igual pobre”, algo freqüentemente considerado uma “coisa horrível”...

Já pararam pra pensar na força dessas palavras que às vezes usamos tão displicentemente?... Coisa horrível... Que horror! Seria deveras muito gravíssimo demais mesmo, que eu diríeis-lhes-ia tal horror lovecraftiano.


Mais um pequeno exemplo de manipulação

Outros títulos para este post: “Atendendo ao chamado”, ou ainda talvez: “Chama, chama, e ninguém atende”.

Nessa discussão toda entre jornalistas e blogueiros, faltou falarem de uma diferença importante: Alguns jornalistas (não são todos) possuem uma avançada habilidade retórica. Alguns nem mesmo sabem disso, são talentos naturais... E boa parte destes empregam este talento de forma meio descuidada, às vezes sem saber muito bem a quem beneficiar, só querendo fazer o circo pegar fogo. Outros sabem sim, e defendem por exemplo interesses de organizações poderosas, vips engravatados et cætera. Estes jornalistas são geralmente colocados na “direita”... A retórica mais mundana da “esquerda” geralmente não é muito avançada. (Mas isso é porque eles gostam mais de usar a força da nossa razão.)

Olha por exemplo essa reportagem aqui.
Yahoo! Tecnologia - professor-russo-compra-briga-gigantes-mundiais-software.

Porque que é que o cara fala com toda a naturalidade:

empresas como a Microsoft

e depois:
o chamado software livre

???

O que essa notícia faz indiretamente é doutrinar as pessoas, dizendo que é super natural conhecer a Microsoft, e por outro lado que é incomum ouvir falar de software livre. Menciona o conceito como sendo algo distante, que não tem um nome adequado para mencionado diretamente, mas apenas um nome que um grupo alienígena de pessoas utiliza, que não seria canônico, requerendo assim um “o chamado”... Algo como introduzir num texto uma palavra de uma língua estrangeira, ou pior, de alguma população nativa “exótica” de uma área sendo colonizada (palavras indígenas na América).

Gostaria ainda de apontar que a reportagem misturou promiscuamente os termos “software livre,” “código aberto” e ainda “domínio público.” Estes termos todos significam coisas bastante específicas, e não são sinônimos. Eles provavelmente queriam dizer “software livre” em todos os casos.




Aproveito o ensejo pra falar da enquete engraçada que montei aqui do lado outro dia. Curioso a respeito de quais sistemas operacionais será que meus leitores mais usam, tentei ser o mais vasto e amplo o possível ao listar sistemas que conheço pra fazer uma boa amostragem... Espero não ter esquecido de nenhum SO relevante.

Qualquer SO que se enquadrar na categoria “outros” da enquete é algum tão obscuro que eu acredito merecer ser precedido com um “o chamado” em meu blog. Por exemplo, o chamado IRIX é um sistema bacana da SGI, tipo UNIX, que vinha em suas máquinas, mas que foi recentemente abandonado por ela em troca do Linux. Eles trabalham hoje com as seguintes distros: a chamada Red Hat e a chamada SuSe... Mas certamente essas máquinas também rodam Debian, com um desempenho ainda melhor.

2008/02/19


Nicolau no Campus Party

Eu não me inscrevi nem trabalhei no Campus Party (o que foi um terrível erro), mas eu estive lá!!... Com ajuda do meu amigo Wintermute, Linha-Plana e de mais alguns conhecidos na grande matriz de dados da HP, fiz um streaming reverso de mim mesmo pra dentro do Campus Party, usando uma técnica sofisticada e além-da-compreensão de engenharia social, e engenharia reversa. O resultado está na foto abaixo... (Notem meu espanto ao enfim vislumbrar o evento!)

Image Hosted by ImageShack.us
Picture by HelenaN, shot with Canon PowerShot S3 IS at 2008-02-19. (Valeu!! :) )

2008/02/18


Trucando os 5,5GBps da Telefónica

[[ATUALIZAÇÃO: Finalmente encontrei um post bastante informativo sobre a estrutura da rede do Campus Party criada pela Telefónica num blog por aí, escrito por Rafael Rigues]]

Quando ouvi falar que a Telefónica tava oferecendo acesso à Internet a 5,5 gigabytes por segundo para o Campus Party, fiquei empolgado, e na hora já quis botar a rede à prova, e ver o download mais rápido que alguém conseguia fazer. Chegamos a fazer um download a 8,6MB/s, o que até onde eu sei é o record de maior velocidade de download obtida no Campus Party... Continue lendo sobre como fizemos nosso experimento!

Acontece que todos os 5,5 gigabytes por segundo seria muito difícil de testar, porque é muita coisa, não daria pra testar com um PC. Uma placa de Ethernet de um computador pessoal convencional contemporânea possui um limite de 1Gb/s, a famosa "Ethernet gigabit", o que equivalem a aproximadamente 120MB/s (megabytes por segundo, um CD a cada 6 segundos). Os 5,5GB/s no Campus Party são aproximadamente 47Gb/s, o que acredito ser a velocidade de um único link de fibra ótica. Queria inclusive saber se é isso que o pessoal ligou lá. Como além de ser impossível testar com PCs, seria injusto querer ocupar o link inteiro do Campus Party num teste, achei que ia ser interessante fazer só o seguinte: tentar chegar a 1Gb/s em uma máquina normal dentro do Campus Party.

Na verdade eu queria simplesmente registrar o record de download dentro do Campus Party, e criar um “evento”, uma notícia relacionada a essa grande potência de transmissão. Porque não tem graça ficar só ouvindo falar quanto tem aquele canal bandalargado todo lá, o legal é poder contar, por exemplo “eu baixei lá o último episódio do Lost em 10 segundos!!!”

Pra realizar este experimento, tinha que ter duas coisas: uma pessoa dentro do Campus Party que pudesse fazer o download pra mim, e alguém fora disponibilizando um arquivo em um servidor http “evenenado”, capaz de fazer um upload animalescamente veloz. Quem veio me ajudar neste último requerimento foi meu amigo Arlindo Follador lá da UFMG, e o resto do pessoal que cuida das redes do CDPEE. Eles botaram no ar um Apache, com um arquivo de 700MB disponível pra download num certo endereço de IP, e a partir daí foi só pedir pra amigos dentro do Campus Party, e de outros lugares, testarem pra mim o download e anotar a maior velocidade obtida.

...Eu fiz questão de usar um servidor de http mesmo, Apache, bem convencional, e fazer o download via mozilla ou wget. Pra mostrar que quando a rede é boa, é só disso que vc precisa!... Nada de programas cabulosos. (Na verdade cheguei a precisar de um, mas isso fica pra depois.)

Antes dos testes eu já tinha notícia de alguém ter feito um download (acho q num stand da própria Telefónica, não lembro) a ao menos 3,3MB/s de um CD do Ubuntu de um servidor da UFRGS (link?). Queria ao menos chegar nessa velocidade, né??

Pois bem, servidor no ar, começamos a fazer alguns testes, e vimos que infelizmente não ia dar pra testar o gigabit ainda... Acontece que o switch lá no nosso servidor tinha uma porta de fibra ótica, e as outras eram de apenas 100Mb/s... Isso dá um limite de velocidade superior de 12MB/s... Mas ainda assim resolvemos testar!...

Os resultados estão a seguir. Os números entre parênteses são os (mal-)calculados a partir do outro, o medido.


JucaBlues @CP 8.6MB/s (68.8Mb/s) 13/02/2008 23:41
AmigoArlindo (8.43MB/s) 67.4Mb/s 13/02/2008 16:30
CEFALA 8.30MB/s (66.4Mb/s) 13/02/2008 23:02
Carina univ. 3.3MB/s (26.4Mb/s) 13/02/2008 16:30
Nicolau LTI 1.3MB/s (10.4Mb/s) 13/02/2008 16:30
Nathan (.nz) 710kB/s (5.7Mb/s) 13/02/2008 19:30
Nicolau POLI 600kB/s (4.8Mb/s) 13/02/2008 18:30
Cristiano NYC 360kB/s (2.9Mb/s) 13/02/2008 17:30
Sinval >300kB/s 2.4Mb/s 13/02/2008 17:30
Leo A 236kB/s (1.9Mb/s) 13/02/2008 23:46
Nicolau SDF 160kB/s (1.3Mb/s) 13/02/2008 22:55
Luis 116kB/s (0.93Mb/s) 14/02/2008 19:02
Daniel 115kB/s (0.92Mb/s) 13/02/2008 17:30
NF 106kB/s (0.85Mb/s) 13/02/2008 22:55
Carina casa 50kB/s (0.41Mb/s) 13/02/2008 23:23


(nota: ‘B’ = byte, ‘b’ = bit)

O que podemos ver, em primeiro lugar, é que realmente a conexão dentro do Campus Party foi violenta! Nosso amigo lá dentro conseguiu baixar o arquivo ainda mais rápido do que um servidor (CEFALA) que estava ligado dentro do mesmo prédio, mas não pela fibra ótica. A seguir temos algumas pessoas conectadas dentro de outras universidades (em laboratórios convencionais), e depois podemos constatar um resultado interessante: amigos meus no exterior (Nova Iorque e Nova Zelândia) conseguiram taxas acima de amigos meus com conexões convencionais no Brasil!... Isso é legal pra mostrar como que a distância física pode ser muito pouco importante para velocidades de transmissão na Internet. Mas claro que também não é legal ver como que no Brasil temos conexões tão ruins... :P

Bom, discussão dos resultados: Como nosso servidor estava certaemnte limitado a 12MB/s, Não podemos garantir que o os 8,6MB/s obtidos dentro do Campus Party foram por causa de um limite lá dentro, ou um limite de nosso servidor. Mas com certeza até essa velocidade eu garanto que você conseguia obter lá dentro!... Fiquei feliz em quebrar o único outro record que tinha ouvido ter ocorrido lá dentro, desse pessoal que pegou o Ubuntu (e a gente ainda fez numa bancada mesmo, e não num stand). Que eu saiba, esse foi o download (grande) mais veloz realizado dentro do Campus Party!... (Se vc sabe de outro mais rápido, me avise!)

Recentemente obtive mais um dado interessante sobre o assunto: O blog Fernando Corp Music reportou um outro teste de velocidade que parece ter chegado aos 8MB/s, usando o tal velocímetro do rjnet... Se esse teste for bão mesmo, isso significa que os usuários do Campus Party estariam mesmo restritos a um limite de aproximadamente 100Mb/s, parecido com o que tínhamos em nosso servidor... É uma pena que não pudemos colocar um servidor mais animal na UFMG pra gente ter certeza! :/

Só que como não fui eu quem fez esse velocímetro do rjnet, eu não boto a mão no fogo por ele não... Testei agora aqui em minha máquina, e a princípio ele fez uma medição ruim, só de 100kB/s, enquanto que meu download chegou aos 500... Mas medindo repetidas vezes ele foi chegando nesse valor. Eu gostaria de poder ter confiança de que esse velocímetro seria mesmo capaz de medir com precisão se fosse o caso dos campuseiros estarem ali ligados com conexões acima de 100Mb/s.

Conclusão? Inconclusivo!... Ficamos sem saber se o pessoal do Campus Party não estariam por acaso com limitações de 73Mb/s em suas conexões (esse número é a conta certa feita a partir dos 8,6MB/s que obtivemos). Mas essa é sem dúvida uma conexão muito boa já!!...

No próximo evento a gente monta um servidor animal mesmo, aí vamos testar pra valer!... :)



Mostrei este post ao Gorpo, e ele disse: “poisé, por isso que eu digo... Se vc tem uma dúvida sobre a Internet, pergunte sempre a um engenheiro eletricista!...”


Como integrar seu blog ao digg

A HelenaN outro dia me fez finalmente entrar no tal digg. Procurei e procurei um jeito que botar o digg no meu blog, e finalmente funcionou, depois que eu li esse blog aqui:
Testing Blogger Beta (now New Blogger): Testing adding Digg vote button to every post

Aí eu pergunto: “CAN YOU DIGG IT!??!”



Se você também quer integrar o digg ao seu blog no blogger, Aqui vai o macete. No meu blog, eu usei os seguintes códigos. Nos posts:

<p>
<!-- DIGG -->
<div style='float:right; margin-left:10px;'>
<script type='text/javascript'>
digg_url = '<data:post.url/>';
digg_bgcolor = '#f6f7f7';
digg_title = '<data:post.title/>';
digg_bodytext = '<data:post.url/>';
digg_skin = 'compact';
digg_window = 'new';
</script>
<script src='http://digg.com/tools/diggthis.js' type='text/javascript'/>
</div>
<data:post.body/>
</p>


E na barra lateral:

<div align="center">
<script type="text/javascript">
digg_url = 'http://philogroky.blogspot.com';
digg_skin = 'new';
digg_color='#ffffff'
</script>
<script src="http://digg.com/tools/diggthis.js" type="text/javascript"></script>
</div>


O digg_color muda a cor em volta do botão (parece que não rola transparência ainda). O skin é o modelo do botão, e o url, o url!... Tem uma opção ainda que te permite já sugerir antecipadamente o título da notícia, categoria et cætera... Isso tudo tem na documentação no próprio site do digg.

2008/02/17


Pequenas decepções tecnológicas do cotidiano

Fun: Highlight an Image in HTML Code

Primeira coisa legalzinha que vi no tal do digg... Parece divertido, né?

Bom, primeiro teste que eu fiz, escrevi qqr coisa, e botei o logo do site do google. Funcionou... Tentei usar os dígitos do pi, pensando em botar depois uma foto minha... Funcionou. Aí tive outra idéia: pegar uma foto minha, converter pra "ascii-art", e colocar lá, e depois a mesma foto pra aparecer quando marca... Beleza... Mas aí começaram os problemas:

Antigamente era super fácil converter sua imagem pra ascii. Eu tenho no meu site uma foto minha que fiz assim que adoro, e que eu me lembre era um programinha que tinha pacote no Debian. Agora, por algum motivo, tá todo mundo só gerando ascii-art COLORIDA!!... ou o que uns chamariam de "ansi art". A maior preocupação de todo mundo é essa bobagem, que eu acho que fica horrível, e o pior: os programas NÃO TEM OPÇÃO pra fazer preto e branco!... (e não, não adianta colocar uma imagem P&B pra converter)

Onde estão os veeeelhos programas de converter coisas pra ascii?? Agora só tem essa bobagens coloridas.

Aí não dá pra fazer minha brincadeira... Eu até fiz umas conversões, mas as imagens geradas começaram a dar pau no site do cara lá, que aliás funciona com get, e não post. Aí enfim, só deu problema, e minhas idéias não rolaram... Ao invés de viver agora ignorando esse programa aí, vivo na raiva das coisas não funcionarem direito!

É basicamente a história da minha vida...