2008/03/28


Canibalismo midiático pt. II

Enquanto isso, no Japão, alguém sempre consegue ter uma idéia absolutamente maluca, que desafia nosso entendimento.


Canibalismo midiático

É impressionante como nada se cria tudo se copia né!... Olha aí essa campanha das mulheres seminuas comendo membros em manifestações públicas... De onde tiraram isso? Claro que foi do Guerra Civil Canibal do RDP!...




Queria saber se depois das 22 elas apareciam comendo certos membros que não rolaram de dia.

2008/03/26


Alma funk

Dois concorrentes do American Idol já andaram falando que iam pegar músicas dos Beatles e botar mais "soul" ou mais "funk": mais especificamente She's a Woman e Day Tripper...

Tipo, ou eu ou eles não temos a menor idéia do que significa uma música ser "funky" ou ter "soul", pra eles acharem que elas já não tinham o suficiente!...

2008/03/25


O crime do software proprietário pt. II

Após comentário de nosso leitor mais conhecido e polêmico, criei uma resposta tão grande, ilegível intrincada que merece subir a categoria de post completo, então lá vai... (Vejam a mensagem original na página do primeiro post.)

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Olá!... Obrigado pela participação. E desculpe a extensa resposta que se segue, mas foi você que abriu a comporta da represa! :)

A velha discussão só terá fim quando a sociedade estiver tão transformada que não seremos capazes de identificar no futuro algo parecido com isso que chamamos de “mercado de software”.

Meu texto não foi simplesmente uma analogia entre a indústria de software proprietário e “o criminoso”. Eu estou é efetivamente afirmando que a citada indústria é anti-ética!

Quanto a um possível desespero, porque haveria de existir? O software livre cresceu a partir do nada, e não precisa garantir algo como algum tipo de “fatia do mercado” pra sobreviver. Não é tipo uma Intel da vida que precisa se descabelar pra emplacar uma basófia nova, digo, produto novo... Pelo contrário, no mundo do software livre é tudo mais calmo, nada é pra ontem. Eu não tenho desespero, mas apenas a urgência daqueles que viram o futuro e não se contentam em estar aprisionados no passado.

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Quanto à sua secretária ser capaz de se imbuir deste meu espírito, aí sim entra a analogia. A analogia que eu fiz foi com a indústria da construção civil. Você não concorda que o Sérgio Naya é um criminoso anti-ético? Todo mundo concorda! E os multibilionários da indústria do sofretware o são de forma análoga.

Nossas secretárias não se importam com o código fonte dos S.O. delas exatamente da mesma forma com que elas não se importam com a procedência da areia do concreto das colunas de sustentação dos prédios delas. Mas tenho certeza que se você explicar o problema, nos dois casos, elas vão concordar que a questão é mesmo preocupante.

Quanto aos programas serem práticos e terem bom suporte, me desculpe, mas ouço falar nisso desde sempre e ainda estou pra ver um consumidor satisfeito com o suporte de algum produto. Achar prático eu já vi muitos... Eu mesmo estou 90% do tempo muitíssimo satisfeito com meu vtwm+emacs+mozilla 3.0.

Clipinho animado não ajuda ninguém, vai. O que realmente faz a diferença na vida das pessoas é a experiência delas, e se os amigos e pessoas de seu relacionamento usam programas similares, pra quebrar galho e pra que seja fácil a troca de dados. Isso é que importa: é se seu irmão, cunhado e netos tão usando a mesma coisa. Por isso que a revolução do software livre é uma coisa de baixo pra cima. É luta de guerrilha!

E mais, porque as pessoas insistem que existe alguma correlação entre um programa ser proprietário e ele ser “amigável”?... Isso que as pessoas enxergam como outros programas não serem amigáveis é na verdade uma ilusão, causada por elas não se acostumarem facilmente com alternativas. É preguiça de mudar (por mais que justificável). Isso não aparece no dia-a-dia do software proprietário porque esse mundo é cheio de monopólios, e é raro existir mais de um programa pruma mesma tarefa.

E o que tem de pouco amigável no Firefox, ou no Oppenoffice?...

Outra questão importante: As pessoas só falam que gostariam que houvesse um bom suporte, ou que os programas deveriam ser mais amiguinhos, quando tem algum problema em sua atividade. Pela minha experiência, pra 90% do tempo e 95% das pessoas esses problemas nada tem a ver com opções desconhecidas e mal-localizadas em alguma combo box obscura na terceira orelha do sub-menu avançado do editor de registro. O que acontece mesmo é ou alguma coisa tola como uma tomada desligada, ou um desconhecimento de algum conceito fundamental, como o que é um arquivo, um e-mail, ou um ícone ou janela. Quando as pessoas aprendem a trabalhar de verdade, os problemas desaparecem, e o suporte fica inútil.

A questão do aprendizado vale pra todos programas de todas plataformas. Chega uma hora que não adianta ser amigo. Por mais que alguém se coloque amigavelmente à disposição no meio do caminho tentando entender o que a pessoa quer, não funciona. Isso nada tem a ver com programas proprietários ou livres... E as empresas de software ganham dinheiro alimentando a ilusão de que se vc pagar aquels preços exorbitantes ali, você não vai precisar aprender nada pra usar o programa. Estão cobrando para que você possa sentir que pode continuar sendo ignorante, e você acaba no final sem conseguir trabalhar, insatisfeito porque teve que aprender algo no final das contas...

Vamos aproveitar pra mencionar uma questão interessante aqui: Existem inúmeros de usuários de Photoshop, Winrrous e outros programas proprietários que os utilizam sem pagar, se aproveitando de toda a amigabilidade, mas sem acesso ao suporte. Elas cometem algo que a sociedade considera uma contravenção... A discussão da moralidade da pirataria anda de mãos dadas com a discussão da moralidade da própria produção dos softwares “pirateáveis” (definido como aquele que não é livre. Por mais que as emprsas tentem montar sistemas de verificação e de segurança, software livre é o único que realmente não dá pra piratear, né! :) )

E vamos lembrar também que tem muito programa livre em que você pode contratar um suporte. Você acha que se eu contar essa ótima idéia pro pessoal da Adobe, eles vão falar “puxa, ótima idéia!” e abrir o código do photoshop? Ou antes de fazer isso eles ainda se dariam ao trabalho de bagunçar a interface pra tornar ela menos amigável, arruinando o valor do software?...

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Olha só uma boa: se todo valor exorbitante desses softwares livres depende do suporte e da interface amigável, porque a Adobe não abre o código só das bibliotecas mais básicas de processamento gráfico do Photoshop? Você talvez me diga que “é a pesquisa”... E se eu te disse que a maior parte da pesquisa básica em processamento de imagens ocorre em universidades, e que ainda por cima a Adobe reutiliza suas próprias bibliotecas já a anos?... Quantos anos precisam se passar pra versão 1.0 do Photoshop poder se tornar livre? Se ele snão podem liberar pra não perder clientes, não quer dizer que essas versõse novas nada tem de novo realmente?

E o que dizer dos fabricantes de periféricos que só fazem drivers pra plataformas específicas, e nem se quer se dignificam a publicar especificações para que se façam os drivers, e ainda acham ruim se você fizer engenharia reversa? O que isso tem a ver com suporte e amigabilidade?

Pra finalizar, a respeito do post sobre o Photoshop no wine... Não sei se escrevi mal o texto, mas eu tentei o máximo possível dar um tom oposto a o que você diz. Eu digo bem claramente no final que não é essa notícia que queria ouvir, que o que eu mais quero é parar de ver gente comemorando essa luta interminável em decifrar os softwares proprietários...

Eu nem queria que o GIMP se tornasse o novo Photoshop e a Adobe falisse não. Eu ficaria muitíssimo feliz se a Adobe lançasse uma versão do Photoshop pra Linux, por mais que cheio das restrições, custando o dobro do preço, sem suporte e sei lá mais o que.

Só deu ter certeza que novas versões do Photoshop continuarão funcionando facilmente dentro do wine, eu já ficava um pouco feliz (lá no post eu especulo que a próxima versão vai provavelmente ter uma mudança de funcionamento pretensamente inocente que vai impedir a emulação adequada.)

Existe muita sacanagem no mundo do software proprietário. Os segredos deles andam de mãos dadas com decisões imperialistas, monopolsitas, gananciosas e inescrupulosas. Eu luto por uma sociedade aberta, e as mesmas posturas morais que eu combato no mundo dos computadores eu também combato na engenharia civil, na banca de jornal e no cafezinho ali da esquina.

Aliás, esses caras só emplacam essas sacanagens justamente porque as pessoas não entendem do riscado... Não precisa ser cientista nem mágico pra entender porque essas coisas são erradas: o proprietarismo é errado em qualquer escolaridade. Assim que a gente conseguir explicar pra sua secretrária que a janelinha que abre e fecha ali não é mágica, o bicho vai pegar...

O preço do Photoshop vale a pena porque é um bom produto, ou é porque os funcionários não sabem trabalhar com nenhum outro programa, e se você tentar mudar vai ter dezenas de probleminhas de compatibilidade?...

So pra finalizar mesmo agora: Não fiquem com a impressão que eu quero ver o código fonte do Wymblious. Tenho confiança de que deve ser uma porcaria, um pedaço de lixo ominoso e inútil que deve permanecer nas trevas. Seguindo analogia com construção civil, é um prédio que acho que deve ser demolido mesmo sem ver o projeto. Já o código do Photoshop eu tenho alguma curiosidade, mas duvido que tenha muitas coisas muito interessantes lá dentro.

2008/03/24


O crime do software proprietário

Todo mundo já ouviu falar do famoso desabamento do prédio Palace II . Alguns dos motivos do desabamento foram uso de material ruim na construção, como areia da praia (não exatamente pura), e falhas de projeto mesmo.

Agora me diga, o que você acharia de uma construtora que dissesse: “Vem morar aqui! Me dá R$X, e pode entrar. Mas você nunca poderá nem pensar em me perguntar a proveniencia da areia utilizada na mistura do concreto, nem medir a área das vigas da garagem, do lado de onde você estaciona seu carro.”

Por um lado, do ponto de vista puramente Hamurabiano, está tudo bem desde que você possa matar o filho do Sérgio Naya caso prédio desabe com a sua prole dentro. Mas é isso memso que a gente quer? Toda essa obscuridade?

Você não acharia interessante dar uma olhada nos cálculos do seu prédio, se quisesse? Não acharia bom que esses dados fossem públicos, nem que fosse pra não ter trabalho se um dia tivesse alguma suspeita e decidisse levar os dados pra algum engenheiro de confiança da rum parecer?

Você não acha bom nem mesmo ter a liberdade de poder dar um chutinho na parede de vez em quando pra ver se ela agüenta, ou ver a cor dos tijolos quando acontece às vezes de cair um pedaço do reboco?

Poisé, no software proprietário o que acontece é que essas liberdade são removidas. Você não só não tem acesso ao processo de cosntrução do seu produto, como freqüentemente ainda é vetado de tentar descobrir qualquer coisa sobre ele. Tudo bem que raramente um software envolve risco grave a você ou à sua família, mas a questão é a moral disso tudo, a postura, o profissionalismo.

Porque tem que entrar a vida ou saúde física de alguém em jogo pra gente começar a ser mais sério, e achar ruim o tipo de aproveitamento que os engenheiros e programadores dessas empresonas multibilionárias fazem com a gente?

Temos que cobra ruma sociedade aberta por princípio. Não devemos nem esperar o prédio cair pra furar o olho do Sérgio Naya, nem cobrar informações detalhadas de seus produtos só se você puder eventualemtne morrer devido a mal-funcionamento. Existe muito mais na vida do que apenas estar vivo. O segredo do proprietarismo de software pode não te mantar, mas faz da vida um inferninho que poderia ser evitado se fosse tudo livre.

***

O recém-falecido Arthur Clarke tinha um frase assim:


Any sufficiently advanced technology is indistinguishable from magic.

Ou,

Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de mágica.

A prática diária da engenharia não deixa de ser uma mágica. Fazer surgir prodígios de elementos aparentemente inocentes, surgir a dinâmica a partir da inércia, ou vice-versa... E envolve estudos em alfarrábios arcanos, e o conehcimento e aplicação destemida de movimentos e palavras mágicas aparentemente sem-sentido.

O que o mundo proprietário faz é explorar isso o máximo possível. O consumidor vê apenas uma mágica se desenrolando sob seus olhos, enfeitada ainda por cima com camadas e camadas de marketting e técnicas de relacionaento pessoal, retórica pura. É mais do que mágica: tudo se torna ainda um espetáculo, onde a própria mágica começa até a passar pro segundo plano.

Numa sociedade livre, aberta, os mágicos de plantão aqui trabalham do mesmo jeito, mas não são obrigados a cochicar seus segredinhos encantados. E não ficam por exemplo vestidos de preto feito atores de um teatro kabuki, tendo o dobro do trabalho necessário para que o mago bonitão que estã iluminado no palco pareça mais bonito fazendo o número.

Na sociedade aberta, a mágica rola solta. O encanto e fantasia permeiam as ruas, em contato direto com o povo em geral. Se alguém quiser tentar começar a decorar as palavras mágicas que escuta, pode de repente começar a se tornar um mago ela mesma. E aí a tal mágica pode de repente até parar de sê-la, e a tenologia deixa de ser suficientemente avançada pra essa pessoa, tornando-se “mera” tecnologia.

Este é outro aspecto improtante da diferença entre o software proprietário e o livre. O software proprietário compete com todos, compete até com o próprio consumidor. Quando você compra o softweare proprietário, você está finalizando um processo onde o produtor está lhe causando um malefício. É basicamente um feitiço do mal, uma praga que lhe é rogada. Porque é do interesse da Sarumansoft que você dependa pra sempre dele. Já o Gandalfix pode não ter a mínia paciência de ouvir os leigos falarem sobre mágica, mas não vê problema em que as crianças brinquem. Não luta pelo monopólio.

***

Pra finalizar, pense no seguinte. Todo mundo que já trabalhou num projeto minimamente complexo sabe que praticaemnte tudo que é feito no mundo é feio como se fazem as leis e lingüiças. Tudo sempre sai meio mal-projetado, feito pela metade, não otimizado, incompleto e capenga, porque sempre existem prazos pra se cumprir, e as metas raramente são claras, coerentes ou mesmo satisfatórias. Às vezes nem satisfatíveis.

Num projeto aberto, geralmente temos entusiastas trabalhando apenas pra fazer o melhor programa possível. Não tem pressões de marketting, não tem requisitos estranhos... Só tem engenheiros felizes criando programas felizes.

Eu só me dei conta dessa questão claramente quando li a Proposta do projeto SWAN. Esses caras estão trabalhando pra fazer um substitudo pro firmware que vem nesses tocadores de MP3 “chineses”, “genéricos”... Na verdade a maioria é essa arquitetura chamada s1mp3, duma empresa chamda Actions, e a idéia é explorar essa arquitetura. Abaixo vem um texto tirado do site deles.


When a manufacturer releases a new product, they work with a limited number of staff and to a tight deadline. These limitations in resources are, sadly, reflected in the limitations of the firmware that the manufacturer is able to supply.

With more programmers and unlimited time, a product can always be improved. The s1mp3.org project is set up to achieve just that. Although we all work for free, we are an enthusiastic and organised team with no corporate deadlines to stifle our creativity.

ActionsTM have supplied the world with some incredible technology. The SWAN Firmware will unlock the true power of your ActionsTM based MP3 Player. Think of it as putting finely tuned Formula-1 Engine in your Rolls Royce.


Traduzindo,

Quando um fabricante lança um produto novo, eles trabalham com ua equipe limitada, e com um prazo apertado. Estas limitações de recursos se refletem, infelizmente, nas limitaçoes do firmware que o fabricante é capaz de fornecer.

Commais programadores e com um tempo ilimitado, um produto sempre pode ser melhorado. O projeto s1mp3.org foi formado justamente para isto. Apesar de todos trabalharmos de graça, somos uma equite entusiasmada e organizada sem prazos corporativos para restringir nossa criatividade.

A Actions (tm) forneceu para o mundo uam tecnologia incrível. O Firmware SWAN vai destravar o verdadeiro poder do seu player baseado em Actions. Pense nisso como colocar um motor de Fórmula-1 ajustado nos mínimos detalhes em seu Rolls Royce.


Esse que é o lance!... Esse é o barato. Tudo bem que pra construiur uma pirâmide vc precise ir lá montar toda uma estrutura de poder imperialista e opressora e ainda fazer tudo meio nas coxa. Mas isso não se compara com uma boa obra de arte, certo? O que você prefere pendurar na sua sala, algum pedaço de cortina fabricada em alguma filial gigante de uma mega empresa, um tapete persa feio com mão-de-obra infantil, ou um tapete feito com amor e carinho por uma pessoa que não só se importa com aquilo, com também não foi forçada a fazê-lo para não morrer de fome?

Claro que qualquer pessoa prefere a terceira opção, mesmo que visualmente essas coisas pudessem até parecer iguais (e raramente parecem). Quem não gosta do pequeno produtor local? Do artesão velho e experiente que domina sua arte e trabalha livremente por prazer, senão por capricho?... A diferença é que pra fazer bilhões de cópias de um pedaço de pano desenhado você realmente vai precisar de algum tipo de fábrica ou manufatura tosca. Software não, é só copiar!...

Já pensou se todo mundo pudesse ter um verdadeiro exemplar de algum quadro foda, como um Van Gogh ou Rembrandt em casa?...

Resumindo, qual sistema operacional você prefere ter: um Vermeer ou um Thomas Kinkade?