2008/05/16


O que realmente importa

Acho que já escrevi isso aqui algumas vezes, mas é tão importante que é sempre bom reprisar.

We must make boogie music an essential factor in the life of all. In presenting this song to the world, we must then explain and justify our position by formulating a definition of boogie music and setting forth its main principles in such a way that all may understand instantly that their souls, their lives and every relationship with every other human being in every circumstance depends on boogie music and the right comprehension and right application thereof. --- Canned Heat.


Devemos tornar a música boogie um fator essencial na vida de todos. Ao apresentar esta música para o mundo, devemos então explicar e justificar nossa posição na formulação de uma definição da música boogie e postulando seus princípios fundamentais de tal forma que todos possam compreender instantaneamente que suas almas, suas vidas e todo relacionamento com todo outro ser humano em qualquer circunstância depende da música boogie e da compreensão e aplicação corretas desta. --- Canned Heat.


Sonho de engenheiro

Tive um sonho bizarro. Estava num laboratório trabalhando como técnico de informática. Era um laboratório que trabalhava com umas coisas envolvendo radiação, e organismos altamente infecciosos e letais. Em um momento ia se realizar um experimento em q tinha que sair um grupo de pessoas, e ir pra um outro prédio do lado de fora. Tocou lá o alarme, fui junto, entrando no outro lugar percebi que era muito frio, e voltei pra pegar meu casaco. Voltei, peguei, e nisso lembro de ter tentado aproveitar a estranheza da situação (falhas de segurança freqüentemente acontecem nessas horas assim, "opa, peraí vou voltar pra pegar um negócio", todo mundo com pressa, etc) pra tentar ver algo que me fizesse entender melhor o que se estava pesquisando...

Enfim, saí, a porta do lugar se trancou, cruzei o pequeno pátio gramado (super bucólico!) e fui pro barracão lá, onde as pessoas acompanhavam o experimento por televisores grandes (CRT!!) num daqueles painéis levemente inclinados.

Aí teve um acidente!!... Algo deu errado, e vários dos pesquisadores lá no experimento acabaram sendo infectados / expostos a radiação, sei lá.

Nisso começou a ficar óbvio pra mim que aquele sonho era metade um sonho normal, tipo "realidade alternativa", e metade um filme de ficção científica!!

Porque acontece que havendo o acidente, automaticamente entrou em operação um robô andróide chamado "O JUDICIADOR", responsável por ir atrás de cada um dos pesquisadores afetados pelo acidente, avaliar se eles representam ou não perigo, e MATÁ-LOS!... O Judiciador era interpretado por ninguém menos que Donald Sutherland.

Então ele apareceu. Nós, de fora, estávamos a salvo, mas não podíamos sair enquanto o Judiciador não terminasse seu trabalho. Em algum tempo a imprensa já estava cobrindo os fatos, mostrando ao vivo as execuções dramáticas. A última vítima (ou alvo, dependendo de seu alinhamento político e moral) do Judiciador era interpretada por uma atriz que era meio a Winona Ryder, meio a Sasha Grey. Ela conseguiu fazer alguma coisa, não sei o que, que acabou salvando sua vida. Só que apesar de não ter sido executada de imediato, teria de qualquer forma ficado "jurada de morte" pelo estado, devido a questões legais.


um passo pra trás implica em dois pra frente

"Ô Nicolau, usa Java! Bota aí um Eclipse!... Usa W1mbous CE, me, NT, 2000, XP, Vista... Tira esse TWM, bota um Gnome, KDE, Windowmaker... Porque vc não usa Java????"
"Sai fora, não suporto..."
"Então usa .NET... Ou Delphi, pq vc nunca fez sequer um programa em Delphi? Ooopa, vc usa o que?? EMACS? Eeeeca!..."
"Cara, eu gosto mais é de programar em C++, às vezes Prolog..."
"Prolog? Isso é muito velho, vc vive no passado. Retrógrado."
"É bem mania de programador de Prolog, fazer backtracking. Antigamente as coisas eram feitas para durar, cara... E pra funcionarem direito. E elas ainda duram e funcionam..."


Apologia às não-linearidades e realimentações positivas

O mundo, o universo, as pessoas, a sociedade, a natureza, são todos grandes foguetes desgovernados, empurrados por um potente e errático motor nuclear. Um pêndulo invertido que segue uma trajetória caótica, sem jamais cair. Mas a lentidão do processo todo é ilusória.

De central importância na natureza são processos de realimentação positivos. Os negativos também estão lá, são fáceis de estudar, úteis pras atividades mais corriqueiras de engenharia. Mas se houvessem apenas estes, tudo haveria de convergir para "small-crunches", em todos lugares e o tempo inteiro, e nada sairia mais do lugar. Um universo absolutamente "bem-comportado" entraria logo num estado de letargia completa.

Quando estudamos eletrônica aprendemos a fazer osciladores. A técnica é criar uma realimentação positiva, com uma ligeira não-linearidade que limita o crescimento. São essas realimentações positivas que dão origem a alguma coisa. Crescimentos biológicos, fusões nucleares, fissão nuclear em cadeia... Realimentações positivas onde alguma coisa "explode", sendo segurada apenas por alguma forma de não-linearidade. Apenas com estes mecanismos podemos ter revoluções sociais, evoluções de espécie...

É uma dobradinha vencedora, a realimentação positiva e a limitação não-linear.

Tava hoje tentando enxergar isso numa árvore decídua. Não conheço na verdade o processo de crescimento delas, mas dá pra imaginar algo como: mais folhas capturam mais energia e mais nutrientes, mais folhas crescem, até que uma hora as folhas começam a consumir demais alguma coisa, a árvore 'não dá mais conta", atingindo um certo limite de alguma coisa, e as plantas caem, voltando pra um estado onde dá pra elas nascerem de novo, e daí vai... E em ressonância com as estações do ano... Se não são osciladores são pelo menos filtros não-lineares...

As coisas existem, crescem e produzem interessantes estruturas porque são impulsionadas por alguma energia. São sempre essencialmente átomos/moléculas/células/agentes de um gás aquecido e sob pressão. E não-linearidades permitem que estas entidades grudem uma na outra, girem, se partam... Em todo estudo da ciência é fundamental conhecer quais são estas formas de interação entre os elementos. É daí que sai alguma coisa. São regras minimamente complexas em autômatas celulares que permitem a eles fazerem desenhos fascinantes. Regras muito simples só criam coisas que desaparecem rapidamente, ou que andam de forma muito elementar...

Átomos, moléculas, bolhas, células, pessoas, sociedades e países são todos bastante parecidos: bolhas fervendo numa panela, sendo criadas, crescendo e explodindo. É tudo um grande caldeirão de coisas estranhas grudando umas nas outras. Às vezes mais lento, às vezes mais rápido.

2008/05/14


Aprendi tudo necessário no jardim-de-infância austríaco

Agora essa é boa. Tão tentando provar (e eu tou acreditando muito) que Ludwig Wittgenstein, um dos mais importantes filósofos do século XX, nascido em Viena em 1889, teria sido coleguinha de escola da personalidades política mais crucial, controvertida e louca-furiosa do século XX: Adolf Hitler, nascido esta também em 1889 no norte da Áustria, numa cidade a 60Km de Salzburg. O encontro teria sido influente na vida de ambos, e eles representariam de certa forma a grande dicotomia maniqueísta do século XX. Alguns ainda debatem esta foto, mas conhecendo a cara de peixe-morto do Lud, e a cara de mamãe-eu-vou-chorar do Adô, eu não tenho dúvidas. E por mais que o Lud não seja esse piazinho aí na foto, eles estudaram na mesma escola sim, apesar do Lud estar dois anos na frente. Diga-se de passagem, razão o bastante pra ele ser famosinho na escola, e atrair ressentimento de todos. Quem gosta de um geniozinho?
(Wittgenstein nasceu em 26 de Abril, e Hitler no dia 20.)



Eles teriam 14 e 15 anos nesta época. Alguns debatem, dizendo que eles talvez nunca tenham se encontrando, e que provavelmente nem se lembrariam um do outro quando mais velhos. Duvido muito. 14 anos já é velho o suficiente pra ter um bom conhecimento de todos seus colegas de escola, e para formar uma bela listinha de quais você gosta e não gosta. Duas peças raras como eles sem dúvida tiveram uma porção de encontros desagradáveis. E tendo se encontrado ou não, saber que estiveram tão próximos um do outro é muito interessante.

O que se debate mesmo são umas teorias paranóicas que saíram nesse tal livro The Jew of Linz, explorando a contraposição destas personalidades. São teorias até interessantes, vale a pena dar uma lida, menos porque seja verdade ou não, mas mais porque faz pensar sobre questões fundamentais da mente humana (um pouco como eu considero a astrologia). Duvido muito que o Wit tenha sido espião da Rússia, mas não duvido que tenha "se relacionado" com um certo famoso cientista da computação inglês homossexual que foi a engrenagem central da quebra da Enigma.