2007/12/20


vacabulário

Lula aprendeu uma palavra nova hoje: "ojeriza"!!...

2007/12/16


Super-simulacrante

A res-peito da tal "Ciência Gostosa" da Superinteressante, que está causando por aí:

1) A Superinteressante nunca prestou.

2) Não acredito no conceito de "divulgação científica", esta idéia de que é preciso adquirir uma postura específica para se falar sobre a ciência, e outra para então "divulgá-la". Em geral, quem se coloca a "divulgar" a ciência nada mais faz do que reforçar para os espectadores sobre o que eles devem continuar a ignorar. As pessoas precisam é serem instigadas a irem atrás enfim de fontes de informação sobre ciência e não sempre a tal "divulgação" e "divulgação"... Chega de intermediários. Isso sempre foi errado, e é ainda mais agora na era da Internet.

3) A idéia da "Ciência Gostosa" nem me pareceu ruim não. Eu gosto de mulher, e gosto de ciência, e sempre gostei de professoras gostosas. Mas por mim deu errado, em primeiro lugar, por terem colocado as coisas tão explicitamente assim... Era só ter colocado uma mulher bonita de minissaia, e pronto, não precisa AVISAR, entende??... No dia que as pessoas ficarem TÃO burras a ponto de não conseguirem perceber se uma mulher é gostosa ou não, meu amigo, nesse dia podes crer que estaremos divulgando ciência para seres com menos capacidade cognitiva do que zumbis. Essa é uma tendência que existe das pessoas não conseguirem simplesmente fazer o que ela querem, mas ficarem num nível superior, falando sobre aquilo, "brincando" de fazer aquilo... Acho que tem a ver com um conceito aí que os filósofos chamam de simulação. Trata-se de uma simulação de uma mulher gostosa fazendo uma simulação (a tal "divulgação") de uma aula.

4) Ela nem me pareceu tão "gostosa" assim... E esses closes nos peitos foram pra lá de ridículos. As edições naquele programa do Rede TV em que ficam dando close nas bundas das mulheres consegue ser melhor do que isso... A segunda cruzada pernas também, foi pra lá de desnecessária.

5) Porque é sempre "relatividade, relatividade, relatividade", e "Einstein, Einstein, Einstein"?? Sempre isso. Faz 100 anos que o mundo da ciência vive nessa amargura sobre tentar e achar que não consegue explicar relatividade e Einstein pras pessoas. Eu acho é que o verdadeiro motivo é que os próprios cientistas até hoje não entenderam muito bem. Einstein foi APENAS MAIS UM cientista (genial) da história da ciência. Mas as pessoas o tratam como pop-star, um Elvis, uma Marlyn Monroe. Odeio isso. Já dizia o Atari Teenage riot: "The most famous suckers are Elvis Presley, James Dean and the most photographed universally known of them all - Marilyn Monroe. But the times are changing (...)" Eu boto Einstein nessa lista. Nada contra o velho Beto, mas contra o endeusamento.

6) É a mesma coisa com física quântica, sempre se fala que é tudo "contra-intuitivo". Chega dessa postura anacrônica. Isso é uma forma indesculpável de antropocentrismo. É tipo um "intuitivocentrismo". E não tem nada mais confuso ao tentar explicar algo pra alguém do que ficar dizendo pra ela sobre como aquilo que você está tentando explicar é incompreensível!!... As pessoas falam desse jito porque elas mesmas não entendem muito bem a tal física quântica. Eu não digo que entenda absolutamente bem, mas sei reconhecer um cientista inseguro. (Reconheço que no roteiro lá até falaram bem naturalmente do efeitos "relativísticos", sem ficar martelando em supostas "contra-intuitividades" e "incoerências'...)


7) O final do roteiro, com os "gedankenexperiments" nem ficou muito ruim... A piada com o Rubinho quaaase deu certo...

8) Sabe que programa de "divulgação científica" que era bom? Mundo de Beakman! Era só fazer um mundo de Beakman para adolescentes, com uma Rosie menos infantilizada... E pronto!


Colônia dos Sonhos

Fui assistir ao fabuloso Inland Empire ontem... Fui querendo saber previamente quantas camadas de realidade e sonho tinham no filme, mas acho que o Lynch conseguiu chegar num nível agora que nem esse conceito ajuda a "modelar" a narrativa!!...

Equanto estávamos ali assistindo aquele filme em que não é certo o que é a realidade e ficção, o mundo desperto e o morfético, tinha um sujeito sentado ali na segunda fila, perto de mim, que volta e meia caía no sono, ou melhor, no ronco! Puxava um ronco altíssimo e inconveniente!... Absurdo! Aí acordava, olhava pro relógio, e pras duas acompanhantes, e depois dormia... E acordava, e dormia, e roncava, e acordava... Tenha dó.

Agora, não posso de perceber a estranheza da situação: O sujeito ficar alternando sonho e realidade vendo um filme do David Lynch!

O mais engraçado de tudo é que no final ele aparece no filme: tem lá o lenhador serrando um tronco enorme!!... :D