É impressionante como nada se cria tudo se copia né!... Olha aí essa campanha das mulheres seminuas comendo membros em manifestações públicas... De onde tiraram isso? Claro que foi do Guerra Civil Canibal do RDP!...
Queria saber se depois das 22 elas apareciam comendo certos membros que não rolaram de dia.
2008/03/28
Canibalismo midiático
2008/02/16
O grande debate jornalistas e blogueiros... e engenheiros!?
Ouço muito debate por aí sobre o que é ser “blogueiro”, o que é ser jornalista, o que é escrever um blog, pra que serve, “como tem que ser”, como é errado, como é certo...
Tem gente tratando blog como jornal, querendo exigir restrições, processar pessoas que comentam em blog por calúnia e difamação. Tem jornalista que parece que já quer estender o absurdo monopólio que eles possuem dessa atividade deles para essa ferramenta aí também, essa "mídia".
Todo mundo muito nervosinho nessa história toda. E isso é porque quer todo mundo mandar nos instrumentos de lavagem cerebral (aprendi por aí que é bom dar uns bold no blog pra torná-lo um instrumento de lavagem cerebral mais eficaz.) Ficam encarando a mídia como esta ferramenta estratégica que deve ser controlada em nome do poder.
Não podia ter sido mais fortuito esse meu encontro com o Sepultura nesse momento em que começo a enxergar isso tão claramente. Só mesmo as seguintes pérolas cantadas pelo Max expressam bem o que eu sinto:
What is this shit?
I'm sick of this.
Temos que acabar com a possibilidade desse poder. As pessoas tem que parar de arregalar os olhos quando imaginam a possibilidade de falar algo que todo mundo vai ouvir. Tem que parar de sentir que vão fazer a cabeça do público, que vão fazer anúncio, se dar bem, determinar a “opinião pública” ou sei lá mais o que.
E isso só vai acontecer num movimento de baixo pra cima, quando as pessoas deixarem de ser controláveis. Passarem a questionar mais o que vêem (“Don't believe what you read”). Tem que ser mais auto-confiantes, sei lá. Menos bundonas.
E isso já é tããão velho...
Queria que algum pesquisador sério de comunicações sociais tentasse fazer um trabalho fazendo um paralelo entre a chegada da prensa de tipos móveis e os blogs... Que diferenças cruciais será que existem entre estes dois importantes momentos da história?
Sei apenas de duas semelhanças. Uma delas é que acadêmicos e intelectuais do mundo todo ficaram em polvorosa querendo dominar este novo instrumento, querendo dizer quem tem ou não tem o direito de usar, e quem sabe ou não usar do jeito certo... Todo mundo quer ser o pai super-controlador querendo dizer o que é pra fazer.
Outra semelhança é que quem fez mesmo os novos canais, os inventores, cientistas e engenheiros, Gutenbergs da vida, ficam esquecidos no meio o furor todo. Quem costuma igualar o papel de Gutemberg a o de qualquer pastor no trabalho de popularizar a bíblia e o protestantismo? Já no mundo da Internet, ninguém quer saber de quem bota esse bicho em pé. As pessoas só querem saber de apertar lá o botão mágico da ferramenta “encapsulada”, e usar esses programas: bloggers, twitters, wikis, fórums e e-mails. Os “milagres” são recebidos como que vindos do céu de forma passiva, calada... Fala-se muito dos efeitos e pouco das causas...
Minha bronca pode ser colocada bem explicitamente: em 1982 o “homem do ano” da revista Time foi O Computador!!! Sim, a boa maquininha!! Em 2006 foi Você, a pessoa que “controla” a era da informação... Os criadores destes prodígios tecnológicos, entretanto, são seres ignotos, desconhecidos, ninguém sabe ninguém viu.
Não tou pedindo pra apontarem algum Steve Wozniak ou Lee de Forest da vida... Em muitos casos seria mesmo algo injusto, porque é tão raro uma única pessoa ser responsável por estas revoluções que a Time quer elogiar. Mas dava pra fazer uma Time "Os Engenheiros Eletricistas", não? Nunca fizeram...
Em 1950 foram os soldados dos Estazunidos. Em 1960, os cientistas... 66, "os baby boomers"... 2003, os gorilas de novo. Em 2002 foi algo bem interessante, a ver com o que quero dizer, foram Os Whistleblowers!... Olha só que coisas interessante, específica-mas-nem-tanto!...
Já repararam como que o Doutor Victor Frankenstein, criador daquela curiosa criatura montada a partir de restos cadavéricos e de mais alguns aparatos elétricos (olha a E.E. aí de novo), é muito menos conhecido do que o monstro em questão? O monstro às vezes até leva o nome do criador, enquanto que este sofre uma obliteration-of-mankind...
E sob o céu pálido e acinzentado surge o monstro contemporâneo. Sua teia de cobre e vidro vai aprisionando o planeta aos poucos. Ninguém sabe mais quem o criou, e o que tinha em mente. Mas a criatura age ainda assim, trazendo a discórdia ao mundo, causando a cizânia. Uns querem botar fogo no bicho. Outros acorrentar, encoleirar. Outros bradam instantaneamente: “e meus filhos??”. Outros: “O que que eu fiz para merecer isso??...” E dá-lhe posts nos blogs.
Eu sinto muito que tem um eterno retorno rolando por trás de todos esses debates sobre jornalistas e "blogueiros"... E sobre engenheiros, que só eu falo.
Eu não gosto que falem que eu sou blogueiro... Eu sou um cara complexo (como todos), faço tantas coisas. Pra mim, me chamar de blogueiro é quase falar assim: "Nicolau, uma pessoal que come arroz no almoço"...
Com o perdão da simpática camarada Kaká, que deixou um comentário aqui outro dia &emdash; algo que sempre me emociona :_) , não acho que blogueiro "serve" pra incomodar, em especial incomodar jornalistas ou outros vips engravatados...
Segundo Robert Rosen, um dispositivo em um sistema (como um órgão num animal, ou uma pessoa numa sociedade) só tem uma "função" se a remoção deste elemento causa uma mudança no resto. Esta função é observável como a diferença entre o funcionamento do sistema antes e depois.
Se uma pessoa não se sente incomodada por um blogueiro, e se torna meramente um louco que tá afim de escrever na sua, não há portanto "função". A função é do tamanho do impacto na sociedade do que a pessoa escreve. E eu não creio muito que um escritor com uma grande função passe muito tempo de sua vida sendo primariamente um "blogueiro", ela acaba virando de uma vez um jornalista ou cronista ou escritor...
É muito fácil ignorar uma blogueiro incômodo, e remover dela qualquer função / influência que ela poderia ter sobre você. No momento em que você se recusa / resiste a se deixar levar pelo que estão te dizendo, você tira o poder do tal blogueiro ou jornalista. Não há portanto função a não ser que haja uma relação completa ali, não só de escrita, mas da leitura também... Algo parecido até com a arte... Não dá pra sair falando "esse quadro é isso ou aquilo", o quadro é o que vc tá vendo naquele momento!...
O que eu quero mesmo-mesmo dizer é que eu fico triste de ver que por um lado, tem jornalistas e escritores com raiva de que os tais "blogueiros" tão realizando a mesma atividade que eles. Eles se sentem meio ofendidos pela sugestão de que “qualquer um” pode fazer o trabalho deles. Eles não se conformam só em ser muito bons profissionais nestas atividades que desempenham, e serem pessoas que se dedicam a ela mais tempo do que outras. Mas pôxa vida, ESCREVER todo mundo aprende na escola, porque eles não podem deixar a gente ser jornalistas e escritores um pouquinho também???...
Por outro lado, ninguém gosta de ser um pouquinho cientista ou engenheiro.
E eu tenho uma teoria sobre porque isso acontece. No mundo jornalístico e escritístico, até existe erro de sintaxe e semântica, mas uma vez que um texto possui frases que fazem sentido, ele "passa". Como nesse meu blog, em que metade das coisas que eu escrevo vem em "fluxos" de escrita que às vezes eu nem sei onde vai dar. eu vou escrevendo assim, a esmo, vai saindo eu vou publicando.
Já no mundo científico engenherífico, se der erro de sintaxe vc tá perdido, irmão... Aí o compilador não compila, o Frankenstein não desperta, e vc passa fome. Se compilar, mas tiver errado, dá tela-azul, quebra, pára, pega fogo, sai fumaça... Pruma coisa funcionar às vezes vc tem que trabalhar um bocado, às vezes em condições desagradáveis. E são raros os escritores que sabem confeccionar um texto com esse mesmo tipo de carinho, cuidado e objetivo que são requisitos da prática científica. São escritores que lêem o que estão escrevendo e sentem que está saindo fumaça, ou que ao publicarem aquilo estariam realizando algo semelhante a soltar nas ruas um brinquedo tóxico, ou um carro com falhas de segurança, ou um Frankenstein. Nunca li a tal obra, mas suspeito, por exemplo, que Mary Shelley possa ter sido uma dessas escritoras sim...
Mais um pequeno pensamento.
Esses jornalistas surtando aí com a Internet, e com blogs. O problema deles é que eles meio q são donos de instrumentos caros, as impressoras, sistemas de distribuições, emissoras de TV...
Estas ferramentas caras são basicamente meios de produção, sim aqueles que Marx ensinou que os ricos malvados são donos e ferem todo mundo a partir daí.
A Internet, os blogs et cætera vieram baratear enormemente custos de transmissão. Aí esse povo ficou doido, porque de repente surgiu um meio de produção desse produto deles baratíssimo, que todo mundo pode ter. De repente socializou essa ferramenta deles, e nem teve uma revolução em que eles tenham tido que ser roubados, mortos e estatizados... Não, eles simplesmente ficaram meio que obsoletos! (Só na a parte material da produção, não a escrita.)
Aí de repente eles tão tendo que... TRABALHAR! Agora eles tão sendo obrigados a ser aquilo que eles diziam que apenas eram: pessoas que trazem notícias realmente boas, e que realmente são legais e que todos têm vontade de ler. Tão tendo que explorar essa face mais nobre do jornalismo (e outras atividades) que antes ficava meio que mascarada e protegida pela detenção dos meios de produção material.
O que está havendo é uma reovulão socialista que não depende de pegar um monte de aço e sair distribuindo por aí... Lembre-se a palestra la do Eben Moglen... Antes o negócio era o aço. Agora não mais. E a revolução socialista mudou de cara, do mesmo jeito que mudou de cara os meios de produção. E ela agora tá acontecendo de um modo super natural, e ninguém tá nem percebendo direito!...
Quer dizer, os jornalistas tão... E as empresas de software tb (mas elas fingem que não. os marketeiros ajudam muito nisso)
2007/12/08
A hora e a vez de citar a Wikipédia em artigos científicos
EDIT: Se você está procurando informações sobre como citar a wikipédia em seu trabalho, por favor veja este outro post meu ensinando o macete.
A questão da propriedade ou não da citação de fontes como a Wikipédia em publicações científicas, e de seu uso em atividades acadêmicas em geral, acaba estimulando um debate muito mais amplo e importante: o do próprio papel das referências bibliográficas em artigos e no fazer científico.
Já na página 60 do último livro de Galileo Galilei, Discorsi e dimostrazioni matematiche, intorno a due nuove scienze (1638), o personagem Sagredo faz notar que é possível às vezes realizar um experimento científico, e concluir que a opinião de alguns filósofos antigos, ``incluindo às vezes talvez até o próprio Aristóteles,'' está errada. O lema da Royal Society de Londres diz ainda, desde 1660: Nullius in Verba, ou ``segundo [as palavras de] ninguém.'' Cito estes antigos bastiões da ciência para lembrar que a verdadeira ciência ocorre apenas naqueles raros momentos em que se realizam experimentos, e estes são percebidos como em conformidade com determinadas teorias científicas propostas. Tomando o conceito do mais contemporâneo Karl Popper, a parte mais crucial da ciência se dá apenas naquele momento quando se tenta falsear uma teoria. (Se é que eu entendo desse assunto.)
A citação, referência e reverência a fontes de conhecimento antigas e cultuadas não são necessariamente atividades científicas, podendo ser meramente recursos retóricos para tentar dar credibilidade a um trabalho científico novo. Este tipo de ação já é compreendido como tal desde quando o próprio Aristóteles identificou as diferentes formas de ``provas retóricas'': o ethos, o pathos e o logos. A lógica e a dialética podem sim ser suplementadas pela retórica. É preciso ser vigilante entretanto para não cair na retórica vazia, ou o ``sofismo,'' já denunciado por Platão. Freqüentemente citações em artigos científicos não buscam direcionar o leitor a alguma fonte de dados ou técnicas utilizadas no trabalho. Estas citações visam apenas sugerir afinidade com trabalhos aclamados pelo meio acadêmico, tentando tomar para si um pouco desta aceitação.
Se ao realizar um trabalho científico um cientista coleta uma série de dados, ou consulta a forma exata de alguma técnica em uma referência, e em seu trabalho é capaz de comprovar a certeza dos dados ou a exatidão da técnica, que mal há em referenciar esta fonte no trabalho, mesmo que seja ela a Wikipédia, ou talvez uma pichação, um rabisco em uma porta de banheiro, ou ainda um conselho de um faxineiro? Ao referenciar um trabalho o autor de um artigo torna-se na verdade cúmplice daquela referência. São os autores de novos artigos que são responsáveis pela exatidão de suas fontes, e não os autores dos trabalhos clássicos que são pela dos novos.
O questionamento da adequação ou não do uso da Wikipédia em artigos científicos e na atividade acadêmica em geral deve ser feito é neste contexto mais amplo, em que se questiona não a forma como esta fonte específica é confeccionada, mas sim todo o processo da referenciação. O pensamento que exige estritamente o uso de referencias ``consagradas'' em uma publicação é o mesmo que prega uma forma passiva de leitura, em que o leitor não busca questionar o que vê escrito. Renegar um artigo devido a sua autoria, sem travar contato com o material, é como negar-se a olhar através de uma luneta para observar um fenômeno que alguém diz ter visto, afirmando ter certeza de que trata-se de um equívoco.
Aceitar a Wikipédia como uma fonte bibliográfica regular é o último e maior passo necessário para se adentrar nesta nova era que estamos propondo, em que o aluno e o leitor deixam de ser meros espectadores da ciência para se tornar agentes participantes, enriquecendo as fontes de conhecimento com realimentações de banda larga e atraso reduzido.