2008/01/24


Personalidade discreta

O filme THX1138 todo mundo conhece, ou devia conhecer... Se passa numa sociedade bizarra ultra-sistemática. As pessoas lá tem esses nomes estranhos, com letras e números, igualzinho placa de carro brasileiro atualmente.

Não sei exatamente o que o GL tinha em mente quando bolou isso. Não sei também o que os autores do filme 21-87, que ins-pirou Lucas, tinham em mente com esse lance de números inteiros pra lá e pra cá.

Isso de fornecer números inteiros pra pessoas é sempre tido como uma coisa desumanizadora. Isso é sempre explorado quando se fala de prisioneiros, como os dos campos da WWII. No prório recente Tropa de Elite isso aparece também... O grito de rebelião "eu não sou (apenas) um número!!" é relativamente manjado.

Apesar de parecer que os autores de todas estas obras intencionavam criar um lance de desumanização, no final das contas isso não acontece. O próprio THX1138 é relativamente famoso, e pessoas (eu inclusive) gostam de jogas esse número prum lado e pro outro. O próprio GL tinha mania de estampar esse e oturos números pra todo lado em seus filmes. O Kubrick tem um lance assim tb.

O código do agente 007 é tanto ou mais conhecido quanto seu nome. No Tropa, é o 07 que passa a 12 David Blaine tem o número que era de Primo Levi tatuado em seu braço (174517).

Não adianta, eles tentam "desumanizar", mas os números acabam ficando célebres, tal como nomes convencionais. Se um diretor escolhe um número prum personagem, com a intenção de querer dizer que era um número qualquer, se fode, porque aquele número qualquer acaba se tornando um número específico, especial...

Que dizer da "Rua S...", perto da "Ponte K..." do Crime e Castigo? Mais uma forma de ocultação que torna célebre algo que alguns consideram que seria pra significar "qqr coisa aí, isso não importa"...

As pessoas tem uma relação muito negativa com os números...

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