2008/04/24


The Race Question - Wikipedia, the free encyclopedia

The Race Question - Wikipedia, the free encyclopedia

É um equívoco querer fundamentar cientificamente o princípio moral de "dignidade, igualdade e respeito mútuo entre pessoas". A moral "vem de dentro", estes princípios não dependem da inexistência "cientificamente comprovada" de raças para serem seguidos. O uso de noções científicas para argumentar a favor disso é tão questionável quanto é para argumentar a favor do pensamento contrário: da "desigualdade, e desrespeito"...

Um tempo atrás o Lula falou num debate que existem métodos científicos pra determinar a raça de uma pessoa, e eu achei ruim, mas é verdade sim. É possível inventar utilizar um método "científico" pra isso. O método se tornaria imediatamente uma definição do que é essa tal raça, que é uma coisa que realmente pode ser definido de diferentes formas.

Não querer criar definições de raças (vejam bem como é flexível, não estou dizendo que existe uma única e verdadeira definição) para que não haja discriminação racial é algo muito ingênuo. Quer dizer que havendo, aí então tudo bem discriminar? De forma alguma, temos que ser mais robustos do que isto. Temos que rejeitar a discriminação apesar de diferenças que possam ser percebidas. E se um dia descobrirmos haverem não duas raças, mas duas espécies de animais inteligentes habitando a terra? Aí então vai surgir o conceito cientificamente definido, e aí discriminações legais de espécie, "especismo", vei ter fundamento? (notem que o termo especismo já é utilizado por defensores de direitos dos animais, não é piada minha.)

A um tempo atrás saiu uma entrevista muito boa sobre o assunto na revista da FAPESP, mas infelizmente esqueci o nome do entrevistado. Foi o que finalmente me fez mudar de idéia, depois da estranheza que senti naquele debate com o Lula. A propísito, apesar de algora concordar com ele, não sou muito a favor que se utilizem quaisquer "métodos científicos de comprovação de raça" para alocar recursos educacionais... Outros critérios, talvez.

O que precisa ser discutido é o quanto queremos que diferenças raciais, definidas como for, importem nas nossas vidas. O princípio de estado igual para cidadãos desiguais é "robusto" porque não se importa com o que a ciência possa dizer.

A ciência só tem as repostas, as perguntas vem antes...

Este link pra Wikipédia fala de um documento/manifesto da UNESCO, escrito à luz sombria da WWII, que entre outras coisas questiona "cientificamente" a existência de raças humanas, e foi contestado por alguns, principalmente por Fisher.

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